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Maioria de senadores do PT não é favorável à cassação de Renan
Folha ouviu, em dois dias, 10 dos 12 senadores do partido; quanto ao afastamento do cargo de presidente do Senado, oito defendem a imediata renúncia
MARIA LUIZA RABELLO
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio a uma crise que envolve o comando da bancada e
aspirações pela sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL) na
presidência do Senado, 8 dos 12
senadores do PT defendem hoje que o peemedebista se afaste
imediatamente do cargo, mas
somente dois deles avaliam que
há elementos para a cassação.
A Folha ouviu, em dois dias,
10 dos 12 senadores -Fátima
Cleide (RO) e João Pedro (AM)
não foram localizados. Foram
feitas três perguntas: 1) O presidente Renan Calheiros deve
se afastar do cargo? 2) Como o
senhor (a) votou no primeiro
processo? 3) Como votaria hoje
no plenário?
No caso do primeiro questionamento, oito petistas acham
que Renan deve pedir licença
do cargo de presidente - Aloizio Mercadante (SP), Augusto
Botelho (RR), Delcídio Amaral
(MS), Eduardo Suplicy (SP),
Flávio Arns (PR), Ideli Salvatti
(SC), Paulo Paim (RS) e Serys
Slhessarenko (MT).
Sibá Machado (AC) e Tião
Viana (AC), que é o primeiro-vice-presidente da Casa, não
quiseram se manifestar. Tião
alega "não poder adotar nenhuma posição pela condição
de vice-presidente".
Além da já declarada abstenção de Mercadante (SP), seis
senadores disseram ontem ter
votado pela cassação de Renan
no caso Mônica Veloso -Botelho, Delcídio, Suplicy, Paim,
Arns e Serys. Sibá, Ideli e Tião
não quiseram revelar os votos.
Entretanto, se a decisão no
plenário fosse hoje, apenas
Delcídio Amaral (MS) e Paulo
Paim (RS) manteriam o voto
pela perda de mandato por falta de decoro.
A divisão no PT é o retrato de
uma bancada que vive acirrada
disputa entre a atual líder, Ideli, e Mercadante.
Além disso, ganhou peso nas
últimas semanas a mudança de
postura de Tião Viana, até então defensor de Renan. Primeiro na linha sucessória, ele passou a criticá-lo por permanecer
à frente da Casa. A crise entre
os dois foi deflagrada após a divulgação que uma funcionária
paga pelo gabinete de Tião trabalhava de fato na sede do PT.
Reservadamente, ele atribuiu a
divulgação a Renan.
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