São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Novos tempos

O texto preliminar do Orçamento de 2009 que o relator-geral, Delcídio Amaral (PT-MS), apresenta na terça-feira já reflete a crise internacional. O tom, diz o senador, será de austeridade. Em 70 páginas, o documento vai sugerir que o governo mantenha o superávit primário em 4,3% do PIB, em vez de reduzi-lo para 3,8%, como cogitado. Também haverá menção a cortes de custeio, investimentos fora do PAC e emendas.
No próximo dia 21, o governo enviará à Comissão de Orçamento uma reestimativa dos parâmetros da economia para 2009. "Não podemos dar uma de avestruz. O Congresso vai adequar a peça orçamentária à nova realidade", afirma Delcídio.




Cobras... Habitualmente sereno, o prefeito Fernando Pimentel (PT) sai do sério ao falar de Leonardo Quintão (PMDB), adversário de Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte: "Este rapazinho representa o retrocesso. Está cercado de usurpadores do poder popular, cujas práticas nocivas têm de ser banidas".

...e lagartos. Em discurso na terça-feira para cerca de cem petistas da prefeitura, Pimentel comparou sua resistência a Quintão à dos fascistas durante a guerra civil espanhola. "Como disse Dolores Ibárruri, não passarão!". Foi aplaudido efusivamente.

Fermento. Apoiadores de Gilberto Kassab fazem piada com a subida de tom nas críticas de Marta Suplicy, simultânea à ampliação da vantagem do prefeito no Datafolha. "É o candidato panetone. Quanto mais ela bate, mais ele cresce", brinca um vereador.

Repatriado. O tucano Felipe Sigollo, que deixou a subprefeitura de Vila Prudente para cuidar da agenda de Geraldo Alckmin, será reincorporado à administração Kassab, além de participar da campanha do prefeito no segundo turno. Foi à "reunião de integração" PSDB-DEM.

Armeiro. Comentário ouvido em reunião de vereadores do PT: "A campanha precisa de um careca". Trata-se de referência ao ator que abre o programa de TV de Kassab disparando contra Marta.

Sonho meu. Petistas instalados no governo da Bahia apostam alto na eventual eleição do correligionário Walter Pinheiro em Salvador como forma de ressuscitar o nome de Jaques Wagner na lista de opções do partido para a sucessão de Lula em 2010.

Mais alto. Reeleito com 81% dos votos em Maceió, Cícero Almeida (PP) trabalha para reunir apoios que lhe permitam disputar o governo de Alagoas daqui a dois anos contra Heloísa Helena (PSOL), que desde já lhe fará oposição como vereadora na Câmara. Mas afirma que não pensa em procurar nem Renan Calheiros (PMDB) nem Fernando Collor (PTB).

Fui. Eleita no primeiro turno em Natal, Micarla de Sousa (PV) decidiu tirar uma semana de férias. Mas vai trocar a Praia da Pipa por um retiro em Mairiporã, em São Paulo.

Já volto. Na seqüência, Micarla montará um gabinete de transição. Seu vice, Paulo Freire (PP), tenta fechar acordos para reverter a minoria da prefeita eleita na Câmara.

Veja bem. Flávio Dino (PC do B), que surpreendeu ao forçar um segundo turno em São Luís, correu para fechar o apoio do PDT do governador Jackson Lago e do PMDB da família Sarney. Mas, com medo de ser associado ao desgaste dos novos padrinhos, o deputado insiste em dizer que negociou apenas com os líderes municipais dos partidos.

Lupa. O Ministério Público Eleitoral do Piauí vai instaurar processos para apurar uso de caixa dois em quase cem municípios. As suspeitas miram PTB e PSB, que levaram mais de 50% das prefeituras.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Com crise internacional e tudo, a vida deve estar fácil em Brasília. Só isso explica que 11 ministros de Lula baixem em São Paulo, no meio da semana, apenas para falar mal do Kassab."
Do vereador JOSÉ POLICE NETO (PSDB), líder do governo na Câmara, sobre evento da campanha de Marta em que ministros criticaram o "conservadorismo" do prefeito, a quem chamaram de "síndico".


Contraponto

É grave a crise

Paulo Bernardo voltava do almoço, na semana passada, quando foi abordado por um assessor esbaforido no saguão de entrada do Ministério do Planejamento:
-Ministro, o senhor já está atrasado para a reunião com a delegação européia!
Em dúvida momentânea sobre o tema do encontro, o ministro resolveu se certificar:
-É aquele pessoal que veio trazer dinheiro?
O assessor respondeu que sim.
-Então vamos logo, porque estamos precisando urgentemente de liquidez neste país!-, brincou Paulo Bernardo, apertando o passo em direção ao elevador.


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