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BANCO CENTRAL
STF vai julgar pedido a partir de terça-feira
Procurador pede quebra do sigilo de instituições ligadas a Meirelles
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros do Supremo Tribunal Federal irão julgar, a partir
de terça-feira, um recurso em que
o procurador-geral da República,
Antônio Fernando de Souza, insiste na quebra do sigilo de contas
de duas instituições financeiras
que foram supostamente controladas pelo presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles.
Relator de inquérito criminal
contra Meirelles, o ministro do
STF Marco Aurélio de Mello negou o pedido de quebra de sigilo
de inúmeras contas CC5 das duas
instituições. Antônio Fernando
reiterou-o, dizendo que esses dados são essenciais para identificar
a origem de R$ 1,372 bilhão remetido para o exterior entre junho de
1998 e fevereiro de 1999.
Quando o inquérito foi aberto,
em maio, o promotor de Justiça
de Nova York Adam Kaufmann
também pediu autorização do
STF para ter acesso à movimentação financeira de Meirelles no
Brasil. O processo que corre nos
EUA envolve pessoas físicas e empresas brasileiras que enviaram
dólares para o exterior de forma
supostamente irregular. Marco
Aurélio disse ontem que ignorou
o pedido, porque ele só poderia
ter sido feito por meio do Judiciário americano, o que não ocorreu.
O objetivo do inquérito no Ministério Público é apurar as suspeitas de prática de crime eleitoral, remessa de dinheiro para o
exterior e sonegação fiscal. A investigação está sob segredo de
justiça. "Para mim, essa providência não gera conseqüência nenhuma. É irrelevante. Pode investigar o que quiser", afirmou Meirelles em entrevista ao blog de Josias de Souza (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br).
No ofício ao STF, Kaufmann declarou que havia iniciado uma investigação preliminar sobre as atividades de Meirelles e que, em
2004, trabalhara com procuradores da República e delegados da
Polícia Federal em apuração sobre envolvimento de doleiros em
crimes de lavagem de dinheiro no
Brasil e em Nova York.
As duas instituições que poderão sofrer a quebra de sigilo são a
Boston Comercial e Participações
e a Nassau Branch of BankBoston,
ligadas ao BankBoston, que foi
presidido por Meirelles. Para
Marco Aurélio, se decretada, essa
medida atingirá inúmeros clientes que têm contas CC5 e colocará
em risco o sistema financeiro nacional.
(SILVANA DE FREITAS)
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