São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2007

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Em grampo de operação da PF, Campelo é citado por funcionária de empresa suspeita

DO ENVIADO A BRASÍLIA

O nome do ministro do TCU Valmir Campelo foi citado em interceptações telefônicas produzidas pela Operação Navalha, desencadeada neste ano pela Polícia Federal.
Numa conversa entre a funcionária da empreiteira Gautama Maria Fátima César Palmeira, prima do ministro do TCU Guilherme Palmeira, e o empresário de Cuiabá (MT) Sérgio Sá, Fátima disse que Campelo era o responsável por um processo que envolvia a empreiteira e indagou se Sá conhecia o ministro. Sá respondeu que era "muito amigo" e "falaria pessoalmente" com ele sobre o assunto.
Em outro momento das interceptações, discutem uma visita de representantes do governo do Piauí a ministros do TCU, incluindo Campelo.
Em entrevista à Folha, o ministro disse que "todos os processos da Gautama foram prejudicados". "Eu não tomei conhecimento [de gravações] (...). Eu não relatei nenhum processo desse jeito e absolutamente meu nome foi citado em nada. Não posso me manifestar sobre uma coisa que não sei", disse o ministro. "Eu não estou sabendo o que você está falando. Nem o TCU falou sobre isso, não vi meu nome publicado."
Indagado se conhecia Sá ou recebeu representantes do governo do Piauí, o ministro afirmou: "De cabeça eu não sei, de memória, eu não sei. (...) Não o conheço, agora, pode ser que essa pessoa tenha vindo aqui, não vou dizer que não, porque recebo muita gente, sempre na presença de um assessor meu. Todos que eu recebo, empresários, autoridades, é na presença do meu chefe-de-gabinete".
Por meio de sua assessoria, enviou à reportagem três acórdãos em que atuou como relator de assuntos relacionados à empreiteira Gautama, um deles produzido após a Operação Navalha. Segundo o ministro, todos os resultados foram desfavoráveis à empreiteira. (RV)


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