São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Aula de geografia

Dos municípios selecionados para receber uma fatia do R$ 1,2 bi do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, anunciado ontem por Lula, 92% são administrados por partidos que já aderiram ou são cortejados pela campanha de Dilma Rousseff. O fundo contempla projetos de urbanização para a população de baixa renda em regiões metropolitanas.
Para cidades comandadas pelo trio PSDB-DEM-PPS coube apenas R$ 96,5 mi, metade desse valor para São Paulo. O "cinturão petista" na Grande SP (Diadema, Guarulhos, São Bernardo, Mauá, Carapicuíba, Osasco e Sumaré) levou R$ 189 mi.
Parceiro preferencial para 2010, o PMDB obteve recursos especialmente para o Rio (R$ 82 mi).




Vai indo... Num derradeiro esforço para melhorar a situação do Rio de Janeiro no projeto que trata da divisão dos royalties do pré-sal, às vésperas de ser votado na Câmara, Sérgio Cabral (PMDB) fez plantão ontem na Base Aérea de Brasília à espera de Lula, que vinha de São Paulo.

...que eu não vou. O presidente chegou, falou cinco minutos com o governador e foi embora de carro acompanhado do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT).

Ufa! A decisão da oposição de obstruir os trabalhos na Câmara em razão do pré-sal salvou José Genoino (PT-SP) da dura missão de articular a retirada da pauta da CCJ de mais um agrado aos aposentados assinado pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Veja bem. Tão logo chegou ao Congresso a notícia de que o governo vai distribuir celulares aos beneficiários do Bolsa Família, a oposição se apressou em lembrar que para abrir mão da arrecadação do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações) é necessário aval do Legislativo.

Explica-se. Para aderir ao projeto do governo, as empresas de telefonia reivindicam não pagar o Fistel.

Entendeu? Fernando Collor (PTB-AL) rejeitou a tradução simultânea e ouviu em hebraico o discurso do presidente de Israel, Shimon Peres, no plenário do Senado.

RSVP. Dilma Rousseff e a atriz Glória Pires, que interpreta a mãe do presidente em "Lula, o Filho do Brasil", confirmaram presença em exibição do filme na próxima terça-feira, na abertura do Festival de Cinema de Brasília.

Troca... A produção do programa do PT que irá ao ar em dezembro estava 70% concluída quando entrou em cena o marqueteiro João Santana, trazido pelo núcleo da campanha de Dilma para transformar a propaganda partidária no lançamento televisivo da candidata.

...de guarda. A chegada de Santana, responsável pela comunicação da vitoriosa campanha reeleitoral de Lula, causou saia-justa com o marqueteiro Chico Cavalcante, que tem contrato com o PT até o final deste ano.

Protagonista. Em meio às seguidas reuniões ministeriais para tratar da conferência do clima e do Código Florestal, Lula baixou uma ordem: só Dilma deve falar publicamente sobre o tema. Além de esfriar o duelo Reinhold Stephanes (Agricultura) x Carlos Minc (Meio Ambiente), a ideia é deixá-la debater com José Serra (PSDB), que tem martelado o assunto.

Visitas à Folha. José Luiz Portella, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava com Fabio Schivartche, assessor de imprensa.
Joaquim Levy, secretário da Fazenda do Estado do Rio, visitou ontem a Folha, a convite do jornal. Estava acompanhado de Fabrício do Rozario Dantas Leite, subsecretário para Assuntos Jurídicos.

com SÍLVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

Já começa alto o custo da campanha da Dilma. Mas pelo menos o governo agora admite que o modelo de telefonia do PSDB deu certo.

Do deputado JUTAHY JÚNIOR (PSDB-BA), sobre o projeto do governo de distribuir celulares para os beneficiários do Bolsa Família.

Contraponto

Muito bravo

Quando o Ministério Público Federal ofereceu denúncia sobre o valerioduto mineiro, em 2007, a cúpula tucana se reuniu com Eduardo Azeredo (PSDB-MG), orientando-o a rebater num "discurso forte". Mas, na contramão combinado, o acusado fez uma fala amena, bem a seu estilo.
Para apimentar o debate, Tasso Jereissati (PSDB-CE) pediu um aparte e defendeu o colega com veemência. Azeredo sentiu que precisava aumentar o tom. Fez um sinal de positivo para os colegas e voltou ao microfone:
-Eu não aceito esta denúncia- disse, batendo de leve com o punho direito na tribuna.
Não teve jeito. Os presentes caíram na risada.


Próximo Texto: Desmate melhora economia, mas não eleva índices sociais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.