São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem oposição, governistas encerram CPI da Petrobras

Senadores devem finalizar trabalhos da comissão em dez dias sem propor indiciamentos

Oposicionistas oficializam saída da CPI e prometem levar hoje relatório paralelo à Procuradoria-Geral com pedidos de investigação


FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois da debandada da oposição na CPI da Petrobras no Senado, os senadores governistas anunciaram ontem que encerram os trabalhos da comissão com a apresentação, em dez dias, de relatório final apenas com sugestões propositivas.
Ao oficializar a saída da CPI, a oposição prometeu levar hoje relatório paralelo à Procuradoria-Geral da República com 18 pedidos de investigação na Petrobras e em subsidiárias.
O documento de 67 páginas preparado pelo PSDB lista reportagens, leis e tabelas para apontar supostas irregularidades em prestação de contas e contratações de empresas, superfaturamento de até US$ 2 bilhões na refinaria Abreu e Lima (PE) e até atividades da Petrobras que geram poluentes "que arriscam a vida humana".
Os três senadores da oposição -Sérgio Guerra (PSDB-PE), Alvaro Dias (PSDB-PR) e ACM Júnior (DEM-BA)- deixaram a CPI acusando a Petrobras de comandar uma operação abafa. "Temos certeza de que quem vai elaborar o relatório final é o escritório da Petrobras em Brasília. Todos os requerimentos eram submetidos a eles [a estatal] antes de serem apreciados pelo relator", disse Alvaro Dias, autor do requerimento de criação da CPI.
O depoimento do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, encerrou ontem as sessões da comissão. Gabrielli, que se recusou a comentar ataques da oposição, falou apenas a senadores governistas (a maioria do PT), que nunca tinham participado de uma reunião da CPI.
"A Petrobras foi transparente sobre a CPI, criou blog com quase 2 milhões de acessos neste período para difundir e ter transparência, mandou informações solicitadas, participou de todos os processos", disse Gabrielli, que admitiu ter intensificado a publicidade da Petrobras após o início da CPI.
O líder do governo e relator da CPI, Romero Jucá, rebateu as críticas da oposição, que reclama de terem sido vetados requerimentos essenciais.
"Rejeitamos temas que não eram da CPI, talvez por isso a oposição não esteja aqui", afirmou Jucá, que vai sugerir dois projetos de lei para permitir alterações contábeis em qualquer dia do ano e permitir que empresas de economia mista sigam regras mais flexíveis que as da Lei de Licitações.
O relator vai propor à Petrobras alteração no modelo de patrocínio. Gabrielli disse que vai incorporar as sugestões.


Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: Israel & Palestina
Próximo Texto: Congresso: Senado paga salário irregular a servidores de nível médio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.