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Sem oposição, governistas encerram CPI da Petrobras
Senadores devem finalizar trabalhos da comissão em dez dias sem propor indiciamentos
Oposicionistas oficializam saída da CPI e prometem levar hoje relatório paralelo à Procuradoria-Geral com pedidos de investigação
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois da debandada da oposição na CPI da Petrobras no
Senado, os senadores governistas anunciaram ontem que encerram os trabalhos da comissão com a apresentação, em dez
dias, de relatório final apenas
com sugestões propositivas.
Ao oficializar a saída da CPI,
a oposição prometeu levar hoje
relatório paralelo à Procuradoria-Geral da República com 18
pedidos de investigação na Petrobras e em subsidiárias.
O documento de 67 páginas
preparado pelo PSDB lista reportagens, leis e tabelas para
apontar supostas irregularidades em prestação de contas e
contratações de empresas, superfaturamento de até US$ 2
bilhões na refinaria Abreu e Lima (PE) e até atividades da Petrobras que geram poluentes
"que arriscam a vida humana".
Os três senadores da oposição -Sérgio Guerra (PSDB-PE), Alvaro Dias (PSDB-PR) e
ACM Júnior (DEM-BA)- deixaram a CPI acusando a Petrobras de comandar uma operação abafa. "Temos certeza de
que quem vai elaborar o relatório final é o escritório da Petrobras em Brasília. Todos os requerimentos eram submetidos
a eles [a estatal] antes de serem
apreciados pelo relator", disse
Alvaro Dias, autor do requerimento de criação da CPI.
O depoimento do presidente
da Petrobras, Sérgio Gabrielli,
encerrou ontem as sessões da
comissão. Gabrielli, que se recusou a comentar ataques da
oposição, falou apenas a senadores governistas (a maioria do
PT), que nunca tinham participado de uma reunião da CPI.
"A Petrobras foi transparente sobre a CPI, criou blog com
quase 2 milhões de acessos neste período para difundir e ter
transparência, mandou informações solicitadas, participou
de todos os processos", disse
Gabrielli, que admitiu ter intensificado a publicidade da
Petrobras após o início da CPI.
O líder do governo e relator
da CPI, Romero Jucá, rebateu
as críticas da oposição, que reclama de terem sido vetados requerimentos essenciais.
"Rejeitamos temas que não
eram da CPI, talvez por isso a
oposição não esteja aqui", afirmou Jucá, que vai sugerir dois
projetos de lei para permitir alterações contábeis em qualquer dia do ano e permitir que
empresas de economia mista
sigam regras mais flexíveis que
as da Lei de Licitações.
O relator vai propor à Petrobras alteração no modelo de patrocínio. Gabrielli disse que vai
incorporar as sugestões.
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