São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

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TRANSIÇÃO

Presidente eleito diz que médico vai cuidar da "economia na UTI" e que senadora tomará conta do Meio Ambiente

Lula confirma Palocci e Marina no governo

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
DE WASHINGTON

Ao dizer ontem que a economia brasileira está na UTI, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, cometeu um ato falho e anunciou que o chefe da equipe de transição, Antonio Palocci Filho, 42, será o ministro da Fazenda. No mesmo evento, Lula afirmou que senadora Marina Silva (PT-AC), 44, comandará o Meio Ambiente.
Foi a primeira vez que Lula fez anúncios de ministros para postos específicos. Na saída do evento, Lula negou à imprensa que tivesse confirmado Palocci e Marina, pois se deu conta de que quebrou a promessa de divulgar todo o ministério em bloco. Os dois nomes, Palocci em maior grau do que Marina, já eram tidos como certos para esses dois postos.
O ato falho sobre Palocci, cuja indicação foi antecipada pela Folha, ocorreu durante uma resposta a uma pergunta de investidores estrangeiros, que manifestaram preocupação com o que consideraram uma demora nas escolha da equipe econômica do petista.
"Em função de saber que a economia brasileira está na UTI, eu coloquei um médico para ser ministro da Fazenda... para coordenar a transição", afirmou o presidente eleito, após discurso no National Press Club (Clube Nacional de Imprensa), em Washington.
Houve risadas na platéia, de cerca de 400 pessoas, entre jornalistas americanos e brasileiros, autoridades (como James Carragher, encarregado no Departamento de Estado do Hemisfério Ocidental), empresários e brasileiros residentes em Washington. Palocci sorriu quando ouviu Lula confirmá-lo. Lula disse que não indicou o presidente do Banco Central porque isso seria uma concessão ao mercado numa área que julga de competência sua. "Se eu ceder, passarei o governo cedendo a pressões", afirmou o presidente.
Ao responder a uma pergunta sobre o que faria para encerrar a devastação ambiental na Amazônia, Lula disse que indicaria para a área uma "companheira que a imprensa brasileira já conhece". Ele não citou o cargo de ministro, mas deu a entender que essa será a posição de Marina: "A companheira Marina vai tomar conta da área ambiental do meu governo". (KENNEDY ALENCAR E MARCIO AITH)


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