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CONGRESSO
Medida passou em votação simbólica, mas destaques ficaram para hoje
MP 66 é aprovada, mas PFL quer rejeitar 27,5% do IR
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite o texto-base da
medida provisória 66, que promove uma minirreforma tributária e assegura uma receita adicional de cerca de R$ 2 bilhões para o
governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A aprovação, em votação simbólica, resultou de um acordo entre os
líderes de todos os partidos.
Hoje deverão ser votados os
destaques apresentados pelos
partidos. O PFL votará contra o
item da MP que prorroga a alíquota de 27,5% do IRPF (Imposto
de Renda da Pessoa Física) até o
final de 2003. O partido vai pedir
votação nominal desse destaque
com o objetivo de expor os congressistas que votarem a favor da
manutenção da carga tributária.
O PFL também votará contra a
manutenção da alíquota de 9%
para a CSLL (Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido), mas sem
exigir a votação nominal. Para fechar acordo com o PT e o PSDB, o
PFL também exigiu benefícios fiscais a alguns setores da economia.
O coordenador político da transição, José Dirceu, participou do
esforço para fechar o acordo. As
negociações se arrastaram por
quatro semanas. Ele discutiu a votação da MP 66 com o presidente
da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), e com o relator da medida,
Benito Gama (PMDB-BA).
A manutenção da alíquota de
27,5% permitirá uma arrecadação
de R$ 950 milhões para a União e
mais R$ 950 milhões para Estados
e municípios em 2003. O PT queria a prorrogação por tempo indeterminado, mas Benito Gama estabeleceu o prazo de um ano.
O atual governo conseguiu
manter na MP o dispositivo que
estabelece o fim da cobrança cumulativa do PIS/Pasep, um dos
itens previstos no acordo com o
FMI (Fundo Monetário Internacional). A contribuição de 0,65%
para cada fase da cadeia produtiva será substituída pela alíquota
única de 1,65%. Esse artigo havia
sido eliminado pelos líderes dos
partidos, mas foi recomposto a
pedido do ministro Pedro Malan.
Para atender os partidos da base
governista, Benito Gama incluiu
na medida a reabertura do Refis,
que refinancia dívidas com a Receita Federal e o INSS, e o Simples
3, uma fórmula simplificada de
pagamento de impostos para micro e pequenas empresas. Neste
ano, o governo arrecadou R$ 1,5
bilhão com o pagamento do Refis.
Poderão optar pelo Simples, nas
condições estabelecidas pela lei
9.317/96, agências de viagem e turismo, centros de formação de
condutores, corretagem de recursos, agências lotéricas, agências
permissionárias dos correios e escritórios de contabilidade. A pedido do PFL, clínicas e pequenos
hospitais também poderão optar
pelo Simples. Foram incluídas na
lista escolas e cursos de idiomas.
Outro dispositivo amplia de R$
24 milhões para R$ 48 milhões o
limite de faturamento anual para
que empresas possam optar pelo
regime de tributação com base no
lucro presumido, mantendo a alíquota do PIS/Pasep em 0,65%. A
última barganha foi a isenção do
PIS e da Cofins para as fornecedoras de energia à Eletronorte.
Colaborou JULIANNA SOFIA, da Sucursal de Brasília
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