São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 2005

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PAINEL

Deixa quieto
Crescem as pressões de petistas instalados no governo e no Congresso para que o partido desista de entrar com representação contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por suas ligações com o valerioduto.

Tudo combinado
A proposta da representação foi acolhida por consenso, há uma semana, em reunião da Executiva Nacional a que esteve presente o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia.

Veja bem
Desde então, o movimento "esquece o Azeredo" ganhou adeptos entre os que desejam diminuir as dificuldades do governo no Congresso e os que temem o efeito de um contra-ataque tucano sobre seus planos eleitorais para 2006.

Preto no branco
Sai esta semana o resultado de perícia da PF nos documentos supostamente assinados por Cláudio Mourão, ex-tesoureiro de Azeredo. A autenticidade é questionada pelo senador.

Cara pálida
Causa espécie a alguns doadores de campanha a fúria de deputados tucanos, notadamente da bancada paulista, contra o caixa dois petista. Os doadores têm na memória o quanto deram a esses deputados. Lembram também que nenhum centavo foi dado "por dentro".

Big Brother
A nova direção petista aboliu a prática, adotada sob a presidência de José Dirceu, de gravar as reuniões da Executiva. Dizem as más línguas que, até recentemente, as fitas desses encontros eram levadas ao ex-ministro.

Laços de família
Marice Corrêa de Lima, a funcionária do PT que entregou o R$ 1 mi à Coteminas, vem a ser cunhada de João Vaccari Neto, dirigente da CUT que por um triz não virou tesoureiro no lugar de Delúbio Soares. Era o nome da preferência de Lula.

Caminho livre
José Serra lançou a idéia, Aécio Neves se entusiasmou, e agora, para completar, nem Fernando Henrique nem Geraldo Alckmin se opõem a uma emenda constitucional destinada a abolir a reeleição e ampliar em um ano o mandato presidencial.

Tucano-pefelê
Acompanhado dos correligionários Aloysio Nunes Ferreira e Eduardo Paes, Serra jantou na sexta-feira, em São Paulo, com o deputado pefelista ACM Neto.

Só por aclamação
Há 15 dias, a ala oposicionista do PMDB procurou Nelson Jobim para testar sua disposição eleitoral, convidando-o a se inscrever nas prévias do partido. O presidente do Supremo disse que, com prévias, nada feito.

Fator de risco
Embora salvo da cassação pela renúncia, Valdemar Costa Neto (PL-SP) ainda hesita a respeito de sua candidatura a deputado federal no ano que vem. Sabe que a ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira não lhe dará sossego durante a campanha.

Plano B
Caso desista de concorrer à Câmara para escapar à ira de Maria Christina, Costa Neto pretende financiar a eleição de uma bancada própria. Tratado a pão-de-ló pelo governo Lula, recursos não lhe faltarão.

Boy do Boy
O principal candidato a líder da "bancada do Valdemar", na eventualidade de o ex de Maria Christina não retornar em 2006, é Milton Monti (PL-SP).

Concretudes
A guerra entre PT e PP para ocupar os postos do segundo escalão do Ministério da Cidades envolve cifras de respeito: R$ 10 bi do FGTS para programas de habitação, R$ 4 bi para obras de saneamento e R$ 2 bi em emendas parlamentares. TIROTEIO

Do cientista político César Benjamin sobre Lula, na opinião de quem a única "anormalidade" no episódio das camisetas de campanha "é que o PT ainda não pagou a Coteminas":
-De lapso em lapso, o presidente vai demonstrando toda a sua intimidade com as práticas de Delúbio Soares.

CONTRAPONTO

Mata-mata

Em recente audiência no Palácio do Planalto com Luiz Dulci, Dilma Rousseff e Miguel Rossetto, João Pedro Stédile pediu licença para contar uma piada sobre a política econômica, alvo preferencial do líder do MST.
O personagem de Stédile era um frade franciscano que, nos anos 80, fez um discurso condenando o então presidente João Baptista Figueiredo pela prisão de religiosos franceses. Em sua fala, o frade usou uma parábola:
-Jesus gostava de crianças. Figueiredo também. Jesus gostava de animais, como o general. Por que então não crucificá-lo?
Dilma indagou qual era a relação com a politica econômica.
-Ora, se nosso presidente comparou Palocci a Ronaldinho Gaúcho, por que não pode mandá-lo para Barcelona?-, concluiu o dirigente dos sem-terra.
A ministra da Casa Civil, que não dá mais sossego ao colega da Fazenda, caiu na risada.


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