|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Câmara eleva salários de seus funcionários
Reajuste médio de 15% encarece em R$ 400 mi os gastos anuais com a folha; servidores da Casa não tinham aumento desde 2006
Aumento foi aprovado às 23h54 de anteontem e pode ser estendido a servidores do Senado após aprovação na Casa e sanção de Lula
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em uma votação que durou
menos de três minutos no final
da noite de anteontem, a Câmara aprovou reajuste para
seus funcionários, elevando em
cerca de R$ 400 milhões os gastos anuais com a folha de pagamento da Casa, que hoje é de
R$ 2,6 bilhões (o que inclui pessoal e encargos).
O reajuste médio para os funcionários efetivos será de 15%,
mais adicional de gratificações.
Para os servidores com cargos
de natureza especial (indicações políticas), o aumento será
de 33%, em média.
Os funcionários da Câmara
não tinham reajuste desde janeiro de 2006, sendo que o índice de inflação do período foi
de 17% (IPCA).
Atualmente, o salário inicial
para um funcionário de nível
médio é de R$ 3.400 e será elevado para cerca de R$ 3.900. Já
um consultor legislativo, com
um dos maiores salários da Casa, hoje tem vencimentos de R$
18,9 mil e deve passar a receber
cerca de R$ 22 mil.
Beneficiados
No total, 6.800 servidores serão beneficiados a partir de julho do ano que vem, sendo
2.000 aposentados, 1.300 com
cargos de natureza especial e
3.500 efetivos.
Para começar a valer, o projeto, de autoria da Mesa Diretora
da Câmara, ainda tem que passar pelo Senado e pela sanção
do presidente Lula.
Caso o projeto seja aprovado
como passou na Câmara, os
servidores efetivos que tiverem
ensino médio terão adicional
de especialização reajustado
em 5% em cima do salário base.
Para os que tiverem uma graduação, por exemplo, o adicional será de 15%. Já quem tiver
doutorado, mestrado e especializações poderá receber até
40% a mais.
O aumento deve ser estendido também aos funcionários do
Senado. Antes de redigir o texto, o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), entrou em um contato com
o presidente José Sarney
(PMDB-AP) para acertar os detalhes do reajuste.
Em defesa do projeto, o primeiro-secretário da Câmara,
deputado Rafael Guerra
(PSDB-MG), disse que muitos
profissionais estão optando por
carreiras no Executivo ou no
Judiciário, que pagam mais do
que o Legislativo.
"Estamos perdendo muitos
servidores. Alguns passam nos
concursos, mas nem querem
assumir por causa dos salários.
Hoje, o salário de final de carreira na Câmara é igual ao salário no início de carreira de outros órgãos públicos", afirmou
Guerra.
O único a manifestar posição
contrária ao aumento dos servidores durante a votação de
anteontem (que teve início às
23h54 e foi até as 23h57) foi o
deputado Arnaldo Madeira
(PSDB-SP). Ele disse que votou
contra por não ter tido conhecimento antecipado do texto.
Já o presidente Temer alegou
que estava atendendo a um pedido dos funcionários.
Na última reunião da Mesa,
os deputados já haviam aprovado um aumento de R$ 5 nos valor do auxílio alimentação dos
terceirizados, que subiu de R$
15 para R$ 20.
Texto Anterior: Gravação: Empresário pede dinheiro para sede de campanha Próximo Texto: Procuradoria dará sequência a ação da PF Índice
|