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Executiva reconta votos na eleição petista de MG e minimiza racha
Intenção dos dirigentes nacionais do PT é encerrar hoje a apuração no Estado
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Dois integrantes da Executiva Nacional do PT foram ontem a Belo Horizonte para recontar os votos dados pelos petistas de Minas Gerais para a
escolha do novo presidente do
PT-MG. A contagem foi paralisada por suspeitas de fraude e
desentendimentos entre os
dois lados da disputa.
As supostas fraudes, porém,
foram minimizadas pelo secretário Nacional de Organização,
Paulo Frateschi, que isentou de
responsabilidade pelas eventuais fraudes as "grandes figuras" do PT mineiro. Segundo
ele, "essas coisas acontecem".
A apuração dos votos parou
após os desentendimentos eleitorais entre o grupo do ex-prefeito Fernando Pimentel e o
grupo do ministro Patrus Ananias, que são pré-candidatos ao
governo de Minas -motivo
principal da disputa no partido.
A apuração parcial dava vantagem ao deputado Reginaldo
Lopes, candidato do grupo de
Pimentel. Ele tinha 52,2% dos
votos contra 47,8% de Gleber
Naime, candidato do grupo de
Patrus. A nova contagem dos
votos começaria ainda ontem.
Os dois grupos trocaram acusações, levantando suspeitas
sobre as atas em que os votos
contados eram registrados.
Frateschi disse que essas atas
serão separadas e que emissários poderão ir às cidades envolvidas para apurar in loco os
problemas. A ideia é que esses
votos não sejam computados.
O secretário petista minimizou as denúncias, atribuindo as
supostas fraudes a pessoas sem
cargos diretivos nos municípios: "Não acredito que as grandes figuras tenham feito fraude. Nem os candidatos [Pimentel e Patrus], muito menos o
Gleber e o Reginaldo", disse
Frateschi. "As figuras que têm o
que perder não fazem isso."
A intenção dos dirigentes petistas é encerrar hoje a apuração dos votos no PT-MG, anunciando o nome do eleito.
O outro dirigente é Wilmar
Lacerda, chefe de gabinete da
presidência do PT. Eles disseram que foram a Minas resolver apenas a questão eleitoral.
Responsabilização por eventuais fraudes ficarão a cargo da
comissão de ética do PT-MG.
Quanto ao imbróglio político,
o PT nacional pretende deixar
para o próprio PT-MG resolver.
Mas, por considerar o Estado
-o segundo colégio eleitoral do
país- "chave na conjuntura nacional", poderá haver também
interferência política em Minas, já que o racha enfraquece o
palanque da ministra Dilma
Rousseff no Estado governado
pelo PSDB de Aécio Neves.
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