São Paulo, sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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Executiva reconta votos na eleição petista de MG e minimiza racha

Intenção dos dirigentes nacionais do PT é encerrar hoje a apuração no Estado

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Dois integrantes da Executiva Nacional do PT foram ontem a Belo Horizonte para recontar os votos dados pelos petistas de Minas Gerais para a escolha do novo presidente do PT-MG. A contagem foi paralisada por suspeitas de fraude e desentendimentos entre os dois lados da disputa.
As supostas fraudes, porém, foram minimizadas pelo secretário Nacional de Organização, Paulo Frateschi, que isentou de responsabilidade pelas eventuais fraudes as "grandes figuras" do PT mineiro. Segundo ele, "essas coisas acontecem".
A apuração dos votos parou após os desentendimentos eleitorais entre o grupo do ex-prefeito Fernando Pimentel e o grupo do ministro Patrus Ananias, que são pré-candidatos ao governo de Minas -motivo principal da disputa no partido.
A apuração parcial dava vantagem ao deputado Reginaldo Lopes, candidato do grupo de Pimentel. Ele tinha 52,2% dos votos contra 47,8% de Gleber Naime, candidato do grupo de Patrus. A nova contagem dos votos começaria ainda ontem.
Os dois grupos trocaram acusações, levantando suspeitas sobre as atas em que os votos contados eram registrados.
Frateschi disse que essas atas serão separadas e que emissários poderão ir às cidades envolvidas para apurar in loco os problemas. A ideia é que esses votos não sejam computados.
O secretário petista minimizou as denúncias, atribuindo as supostas fraudes a pessoas sem cargos diretivos nos municípios: "Não acredito que as grandes figuras tenham feito fraude. Nem os candidatos [Pimentel e Patrus], muito menos o Gleber e o Reginaldo", disse Frateschi. "As figuras que têm o que perder não fazem isso."
A intenção dos dirigentes petistas é encerrar hoje a apuração dos votos no PT-MG, anunciando o nome do eleito.
O outro dirigente é Wilmar Lacerda, chefe de gabinete da presidência do PT. Eles disseram que foram a Minas resolver apenas a questão eleitoral. Responsabilização por eventuais fraudes ficarão a cargo da comissão de ética do PT-MG.
Quanto ao imbróglio político, o PT nacional pretende deixar para o próprio PT-MG resolver.
Mas, por considerar o Estado -o segundo colégio eleitoral do país- "chave na conjuntura nacional", poderá haver também interferência política em Minas, já que o racha enfraquece o palanque da ministra Dilma Rousseff no Estado governado pelo PSDB de Aécio Neves.


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