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Jornal vai recorrer de decisão "frustrante"
DA REPORTAGEM LOCAL
Diretor de Conteúdo do Grupo Estado, o jornalista Ricardo
Gandour considerou "frustrante" a decisão do Supremo Tribunal Federal, que "deu um
passo atrás" ao tratar apenas da
"tecnicalidade" da reclamação,
e decidiu manter a censura ao
jornal "O Estado de S. Paulo".
A empresa vai recorrer por
meio de um recurso extraordinário que já tramita no STJ
(Superior Tribunal de Justiça).
"Nos preocupam os sinais
que o STF pode emitir para o
país. Nós entendemos que a liberdade de imprensa é um direito absoluto. Os veículos devem ser acionados pelo que publicam, e não impedidos de publicar", disse Gandour.
Segundo ele, o STF "mais
uma vez postergou a decisão, e
o tempo jornalístico é fundamental".
"A nossa preocupação não é
com o "caso do Estado" em si,
mas com o alcance para imprensa e democracia", disse.
"Embora a corte não tenha
entrado no mérito, nas discussões o mérito acabou sendo
tangenciado. O STF deu um
passo atrás. Julgou o pedido
não pertinente, em face do
acórdão que terminou com a
Lei de Imprensa", afirmou.
ANJ
O diretor-executivo da ANJ
(Associação Nacional de Jornais), Ricardo Pedreira, disse
que a expectativa da entidade é
que o STJ (Superior Tribunal
de Justiça) revogará a censura
ao jornal "O Estado de S.Paulo", quando julgar dois recursos
oferecidos pela empresa.
Segundo Pedreira, o STF "tomou uma decisão claramente
de caráter processual". "A
maioria da corte entendeu que
a reclamação não é o caminho
processual adequado", disse.
"O jornal tem dois recursos a
serem julgados no STJ -um recurso especial e um recurso extraordinário- nos quais será
discutido o mérito da censura".
"Vários ministros do STF fizeram questão de dizer que não
estavam decidindo em relação
ao mérito, mas ao caminho seguido pelo jornal", afirmou o
diretor da ANJ.
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