São Paulo, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


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José Gerardo vai a júri popular no MA por morte de delegado

da Agência Folha

A Justiça do Maranhão decidiu que o ex-deputado José Gerardo de Abreu será levado a júri popular por homicídio qualificado e formação de quadrilha, no caso do assassinato do delegado Stênio Mendonça.
O delegado foi morto em 1997, quando investigava o roubo de uma carreta encontrada em uma garagem usada pelo então deputado. Abreu, acusado de ser um dos mandantes, nega envolvimento.
Além do ex-deputado -que foi expulso do PPB dias antes de ser cassado pela Assembléia Legislativa do Maranhão-, serão julgados pelos mesmos crimes o delegado Luís Moura; sua mulher, a agente de polícia Ilce Gabina; o sobrinho dela, o ex-agente Jorge Gabina, e o estudante universitário Máximo Moura Lima.
Luís Moura e sua mulher teriam participado de uma reunião no sítio do casal, na qual teria sido tramado o assassinato do delegado Mendonça. Lima teria monitorado os passos do delegado até a hora do crime, e Gabina, cedido o carro aos pistoleiros.
Os quatro negam participação no crime. Seus advogados disseram que vão recorrer da sentença de pronúncia ao Tribunal de Justiça. Eles alegam insuficiência de provas materiais.
Um dos advogados do ex-deputado maranhense, Pedro Jarbas, disse que vai recorrer até a última instância.
"Observamos a parcialidade, o peso do julgamento político. Tecnicamente, era perfeitamente cabível a impronúncia (decisão de não levar a julgamento), mas existe o dito clamor público, a comoção social", afirmou.

Falso testemunho
O juiz José Joaquim Figueiredo dos Anjos, da 2ª Vara Criminal, determinou ainda a abertura de inquérito para investigar o ex-deputado Francisco Caíca (PSD) por falso testemunho.
Em depoimento na Justiça, Caíca isentou José Gerardo de envolvimento no crime, ao contrário do que havia dito na CPI do Crime Organizado e na Gerência de Segurança.
O advogado de Caíca, Jair Almeida Ricci, não quis fazer comentários sobre o caso.
(EDMILSON ZANETTI)


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