São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Índice

OUTRO LADO

Ex-secretária diz que ano eleitoral foi empecilho

DA AGÊNCIA FOLHA

A ex-secretária de Assistência Social durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Wanda Engel, afirma que o atraso na conclusão do Cadastro Único dos Programas Sociais, além dos problemas com as prefeituras, ocorreu também devido ao transcurso do ano eleitoral.
Nesse período, segundo ela, havia o receio de uso politiqueiro do registro de pobres feito pela União.
Salientando que 97% das prefeituras do país já têm famílias cadastradas em programas sociais desenvolvidos pelo governo federal, Engel diz que a secretaria promoveu várias palestras para prefeitos e que, apesar de existirem programas restritivos, havia outros que também estavam sendo desenvolvidos pela União.
A ex-secretária cita, por exemplo, o auxílio-gás, que é destinado para todas as famílias pobres do país, independentemente da demanda.
"Faz parte da função pública definir prioridades. Representa pouco espírito público o prefeito excluir famílias só porque haveria outras que ficariam de fora", diz a ex-secretária de Assistência Social, em relação a prefeituras que resolveram não cadastrar ninguém com o temor da pressão que sofreriam dos excluídos.

Continuidade
O governo do PT vem afirmando que não vai extinguir os atuais programas sociais e que pretende continuar desenvolvendo o cadastro único iniciado durante a administração de Fernando Henrique Cardoso.
A Agência Folha enviou questionamentos à ministra de Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, sobre a intenção do governo do PT em continuar os programas, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição, na tarde de ontem.


Texto Anterior: Balanço: Cadastro social de FHC deixa de fora 16 milhões de pobres
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.