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OUTRO LADO
Cronograma é o "possível", diz pasta da Justiça
DA AGÊNCIA FOLHA
Sobre a opinião de d. Pedro
Casaldáliga de que o ministro
Márcio Thomaz Bastos não está agindo com "coragem para
enfrentar o problema e fazer a
demarcação e a homologação
das áreas indígenas", o Ministério da Justiça disse, por sua
assessoria de imprensa, que as
ações do governo sobre questões indígenas de demarcação e
homologação de reservas estão
seguindo o "cronograma possível em face das dificuldades
inerentes à questão".
Na semana passada, o ministro Márcio Thomaz Bastos
manteve a homologação de
uma reserva contínua (sem enclaves brancos) na área da Raposa/Serra do Sol (uma terra de
1,75 milhão de hectares no nordeste de Roraima).
Quanto às críticas feitas por
Casaldáliga de que "o Judiciário é lerdo, quando não é omisso, quando não é corrupto",
quando trata da questão indígena, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Maurício Corrêa, já havia declarado, em 20 de novembro passado, por meio de
sua assessoria, que os processos de reforma agrária e de homologação de terras indígenas
são julgados pelo Judiciário de
acordo com as leis e com a
Constituição.
A respeito da declaração de
Casaldáliga de que "a Igreja Católica vive um processo de involução" e que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) pode estar se tornando
mais conservadora, a entidade
disse que as suas atividades
sempre foram pautadas pela
busca da melhoria das condições de vida dos mais carentes.
D. Amaury Castanho, bispo
da diocese de Jundiaí (SP) e um
dos principais articuladores da
CNBB, destacou os últimos
textos publicados pela entidade, que, segundo a conferência,
têm todos um "caráter de defesa dos interesses das populações índias, marginalizadas e
defendem a reforma agrária".
Para a entidade, as motivações políticas nunca estiveram
acima das sociais como motivadoras das suas ações. Para a
CNBB, considerar que a Igreja
Católica está sofrendo "um
processo de involução" é apenas uma das formas de analisar
as mudanças históricas que
acontecem na igreja.
"Ninguém pode acusar a
CNBB de ter se fechado às
questões sociais. Não é justo dizer que houve uma involução",
disse Castanho.
Ele se disse "muito preocupado com alguns excessos realizados pela CPT [Comissão Pastoral da Terra] e pelo Cimi
[Conselho Indigenista Missionário]".
(TGO)
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