São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 2005 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔO OFICIAL No Sul, presidente diz que 2005 "será o ano mais importante da década" Lula aposta em crescimento maior do que 5% neste ano
JULIA DUAILIBI ENVIADA ESPECIAL A VERANÓPOLIS (RS) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enalteceu ontem o seu governo ao dizer que 2005 deverá ser o ano "mais importante da década", quando o país crescerá 5% do PIB "ou um pouco mais". Demonstrando confiança, mandou um recado a adversários: "Quem deve estar preocupado com a eleição de 2006 não sou eu". Embora tenha feito uma previsão, Lula disse não querer "discutir números" e criticou analistas econômicos, a quem chamou de "deuses das estimativas". O BC prevê 4% de crescimento neste ano, e o mercado, segundo pesquisa com analistas, 3,6%. "A prudência de 2003 e de 2004 me permitem chegar em 2005, na inauguração de uma obra extraordinária como esta, e dizer: não tem por que 2005 não ser o ano mais importante da década neste país", disse Lula na inauguração da Usina Monte Claro (RS). Lula falou que o país está "predestinado" ao desenvolvimento e que não perdeu "um milímetro de tranqüilidade", mesmo com "centenas de acusações, embates" e até "denúncias caluniosas". ECONOMIA - "Eu, de vez em
quando, não ironizo porque não é
bom brincar com números, mas
quando vejo os deuses das estimativas começarem, em janeiro, a
dizer o que vai acontecer em dezembro, fico pensando: será que
essas pessoas não acreditam? Será
que nós somos estáticos, que não
fazemos as coisas mudarem? Estão lembrados que, no ano passado, a previsão era 3,5%? Não foi
3,5%, foi 5%. Este ano penso que
poderemos crescer 5% ou um
pouco mais. Vai depender da tomada de posição do governo para
ser o indutor da confiança para
que a gente possa, definitivamente, dormir toda noite sossegado,
porque este país não será pego de
sobressalto com nenhuma aventura irresponsável e, muito menos, voltaremos a ter apagão." ELEIÇÃO - Segundo Lula, quando
há eleição, a cabeça do político
não pensa em outra coisa: "Em
vez de pensar o futuro do país para daqui a 30 anos, começa a fazer
curativos, começa a fazer obras
imediatas que, às vezes, não produzem nada ao longo do tempo.
Nós não iremos fazer isso. Quem
deve estar preocupado com a eleição de 2006 não sou eu, porque tenho um mandato até dia 31 de dezembro de 2006". DESTINO E CALÚNIAS - Lula falou
sobre a dificuldade de aprovar
projetos, como o marco regulatório do setor elétrico. "Não pensem
que não foram centenas de acusações, embates, críticas, às vezes
denúncias caluniosas. E, em nenhum momento, nós perdemos
um milímetro de tranqüilidade,
porque estamos predestinados a
não perder a chance que este país
tem hoje de um ciclo de crescimento sustentável que possa durar 10, 15 ou 20 anos." ORÇAMENTO - O presidente disse
que até abril fará encontro com
empresários sobre investimentos:
"Quais são as coisas que o Brasil
precisa, quais são as coisas que os
empresários podem fazer por
conta própria, quais são as coisas
que o BNDES tem que acionar em
investimento, quais são as coisas
que nós temos que procurar investidores estrangeiros?". "Se depender do Orçamento, podemos
fazer muito pouco neste país." LRF - Sem citar a ex-prefeita de
São Paulo, Marta Suplicy (PT),
acusada por adversários de ter
descumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal em sua gestão, Lula
aconselhou prefeitos: "É importante esperar cair no caixa para
começar a gastar, porque senão
poderão ser pegos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, por terem
gasto o que ainda não existia". AMIGOS DOS FILHOS - Ao defender o Ibama, órgão do governo
acusado de não colaborar com o
investimento privado ao atrasar a
concessão de licenças ambientais,
Lula disse que às vezes procuramos ""erros nos amigos dos nossos filhos". Na semana passada,
fotos mostraram amigos do filho
caçula de Lula usando avião da
FAB e lancha da Marinha durante
férias em Brasília. "Queremos fazer as coisas tal como precisam
ser feitas, e não culpem o Ibama,
por favor, porque nós costumamos procurar um culpado, seja na
casa da gente, quando um filho
comete um erro, em vez de a gente olhar se nós, os pais, somos os
culpados, nós ficamos procurando o erro na casa do vizinho, nos
amigos dos nossos filhos." |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |