São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2009 |
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Toda Mídia NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br De gigante a bode
O Citigroup, um de tantos símbolos americanos em derrocada, deve ser dividido em partes, por ordem do governo. Foi a manchete de "Wall Street Journal" e "Financial Times" no fim de semana, mas as fotos nas capas eram de outro ícone das finanças americanas, o ex-secretário do Tesouro de Bill Clinton, equivalente a ministro da Fazenda, Robert Rubin. Nos perfis, "WSJ" e Bloomberg não se contiveram: "Após coletar US$ 115 milhões em vencimentos, ele deixa o Citi com sua estrela apagada" e "Sua carreira no Citi termina deixando US$ 20 bilhões de perdas". Já o "FT" apoiou Rubin, no texto "Gigante financeiro virou bode expiatório". A Slate relembrou como ele "escapou de culpa" pela crise, mesmo sendo, com Alan Greenspan, porta-bandeira dos derivativos. RESENDE E A FESTA André Lara Resende, que foi presidente do BNDES sob FHC, volta a escrever sobre a crise, no "Valor". Diz que a "festa americana contagiou o mundo" com derivativos. E se esforça para criticar Lula pelo "otimismo incompetente". OPORTUNIDADES Já o presidente do BNDES de Lula, Luciano Coutinho, deu entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" e disse ter "muita tranquilidade quanto à capacidade de o Brasil obter capitais, pelas oportunidades amplas para investidores". DESCOLAMENTO, DE NOVO
Fechando seu texto sobre o Brasil, a "Economist" desta semana escreve com esperança que, ao contrário de crises anteriores, quando a reafirmação da ortodoxia pelo país acalmava os mercados, desta vez pode ser diferente por aqui -com a calma chegando junto com a intervenção do Estado, como no resto do mundo. "Ninguém mais fala em descolamento", nota a revista em outra reportagem, que questiona os economistas que exageram a "dependência dos emergentes da economia americana". Avalia que vários emergentes vão "tropeçar", mas não "cair". Cita o Brasil, por exemplo, e prevê que "podem tirar o pó daquela palavra, descolamento". INDEPENDÊNCIA? Robert Fisk, célebre correspondente no Oriente Médio, lamentou sábado no "Independent" como as ideias sobre a região não mudam. Descrevendo debate na BBC com profissionais de "Jerusalem Post" e Al Jazeera, cita como seu "momento favorito" o momento em que defendeu que os jornalistas "devem estar do lado dos que sofrem" e comparou à eventual cobertura do comércio de escravos no século 18. Foi questionado pelos demais. O texto já ganhou tradução na blogosfera brasileira, que vem postando traduções em ritmo cada vez maior. APARTHEID 2
CELEB
FIM DOS TEMPOS? A nova "Atlantic" já estraga o ano. Notando que "todas as previsões" são de longo declínio até o fim da imprensa, pergunta: "Mas e se o "NYT" deixar de existir, digamos, em maio?". Especula sobre o jornal só on-line, seguindo o HuffPost, e conclui que não seria "um desastre". O site Poynter reagiu, ressaltando que o autor do texto é produtor de entretenimento e erra nos números. Diz que o futuro não vai ceder à cobertura "hype" do HuffPost e já segue o "padrão" do "NYT" em sites como o Politico. Leia as colunas anteriores @ - Nelson de Sá Texto Anterior: Saiba mais: Ação de 1996 originou lei de compra de voto Índice |
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