UOL

São Paulo, quarta-feira, 12 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AGENDA PETISTA

Líder do MST diz que medidas anunciadas pelo governo são "efeito propaganda" e pede agilidade na reforma agrária

Lula precisa ir mais rápido, afirma Stedile

SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stedile, afirmou ontem que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva "precisa andar mais rápido" em relação à reforma agrária e chamou de "efeito propaganda" as 14 medidas anunciadas anteontem pelo Planalto.
Apesar das críticas, Stedile mostrou preocupação em amenizar o tom, ponderando diversas vezes que é preciso "paciência" com uma administração de 45 dias.
"O papel do movimento é pegar no pé do governo para que ele não erre", disse.
O líder do MST classificou como "um desastre, uma tragédia" a declaração do ministro da Segurança Alimentar, José Graziano, que na sexta-feira relacionou a questão da violência em São Paulo com a migração de nordestinos, durante encontro na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Para o coordenador do MST, a frase "temos que criar empregos lá, temos que criar oportunidades de educação lá, porque, se eles continuarem vindo para cá, nós vamos ter que continuar andando de carro blindado", dita pelo ministro, reflete o pensamento do empresariado paulista.
Em relação às 14 medidas anunciadas anteontem, Stedile disse que "os problemas sociais e da reforma agrária no Brasil, que exige o assentamento imediato de cerca de 80 mil famílias, precisam de 14 medidas desse tipo por semana. Ou seja, o governo precisa andar mais rápido". A crítica foi seguida por um pedido de paciência com o governo: "A paciência é uma virtude", completou.
Stedile informou que, há uma semana, representantes do movimento estão em Brasília se preparando para o encontro, hoje, com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. Ele elogiou a concepção do programa Fome Zero, mas disse que a erradicação da fome só será possível se o governo der prioridade às medidas estruturais propostas pelo programa do PT.
Stedile participou da reunião do Conselho Estratégico Brasil Sem Fome, no morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana (zona sul).


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Para UDR, haverá contestação de desapropriações
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.