DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O doleiro paulista Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, foi condenado ontem em Curitiba a nove anos de prisão em regime fechado. A sentença é da 2ª Vara Federal Criminal, com sede na capital do Paraná, que também obrigou o doleiro a pagar multa de 7.500 salários mínimos.
Toninho da Barcelona foi considerado culpado por crime de gestão fraudulenta contra instituição financeira. No atual estágio do processo, ele pode recorrer da decisão, segundo a Justiça Federal.
Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, em Curitiba, ele esteve envolvido em operações de remessa ilegal de dólares do Brasil para os EUA.
Identificado como operador de câmbio, fazia remessas para uma casa bancária, chamada Beacon Hill, em Nova York. Em só uma das contas ele teria movimentado R$ 191 milhões. Segundo o processo, as contas eram abertas em nome de empresas situadas em paraísos fiscais, onde a legislação financeira permite proteção contra a identificação dos titulares.
A Justiça Federal em Curitiba informou ainda que, ao realizar movimentação paralela de dólares para o exterior, Toninho passou a integrar esquema que não seguia as regras do sistema financeiro oficial, o que abriria a chance para crimes de "sonegação fiscal, evasão fraudulenta de divisas e ainda lavagem de dinheiro".
Barcelona é investigado ainda por envolvimento em outra transação para o exterior, via conta CC5, no valor de US$ 121 milhões.
A Folha tentou falar com Leônidas Scholz, advogado do doleiro, mas não conseguiu localizá-lo.


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