São Paulo, domingo, 12 de março de 2000


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PAINEL

Jogo de xadrez

No círculo de ACM especula-se sobre o motivo político que teria levado a Globo a não ouvir o senador baiano antes de a entrevista com Nicéa Pitta ter ido ao ar, na sexta. ACM considera que foi traído. Atribui a rasteira à cúpula do jornalismo da emissora, poupando os Marinho.

Sucessão à vista

Feitas as contas, é ótima para FHC a entrevista de Nicéa à Globo. Essa é a avaliação política que circula na seara do PFL.

Bem na foto

Mário Covas foi o único político elogiado por Nicéa na entrevista. No carlismo, esse detalhe foi notado e registrado.

Desesperado

Paulo Maluf já sabia da entrevista de Nicéa na tarde de sexta-feira. Telefonou para ACM antes de o "Globo Repórter" ir ao ar. Mas não localizou o baiano.

Maktub

Nicéa Pitta disse em outubro do ano passado, em entrevista, que gostaria de ir para o Senado e, "futuramente", ser prefeita. Chegou a citar Hillary Clinton como referência política.

Ponto sem nó

ACM e Michel Temer acertaram o teto salarial com FHC e Carlos Velloso (STF) sem combinar nada antes com os líderes partidários. Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) é quem mais reclama. Cabe aos líderes garantir os votos para aprovar o acordo.

Abacaxi fatiado

Farto de tratar do teto, Pedro Parente (Casa Civil) repete a tática que usou na negociação da Lei Kandir. Aos secretários de Fazenda disse que a União só iria dar R$ 3,8 bi e deixou que eles se engalfinhassem na divisão do bolo. Agora, passa a bola para Congresso e Judiciário.

Currículo

Apelido dado à penitenciária do Acre onde estão o ex-deputado Hildebrando Pascoal e seus 40 amigos: "Franciscão". Referência ao procurador Luiz Francisco de Souza, que implodiu a patota. O mesmo que não larga do pé de Rafael Greca.


Onde falta grana...

A polêmica do teto salarial envenenou relações e deixou zonzo o Judiciário. No STJ, por exemplo, Pádua Ribeiro, presidente em fim de mandato, é acusado de fazer o jogo do Executivo por ser candidato a uma vaga no Supremo, em outubro.

...todos brigam...

Paulo Costa Leite, o presidente eleito do STJ, também entrou na linha de tiro. Integrantes do tribunal vazaram que ele foi o defensor mais radical da tese de que os ministros deveriam receber o auxílio-moradia. De raspão, alguém lembra que ele já assessorou o antigo SNI.

...e ninguém tem razão

Perdido, segundo integrantes dos três Poderes, estava Carlos Velloso (STF) ao dizer que a Constituição permite o acúmulo de aposentadorias. Trata-se de uma interpretação. Há outra: acumulação só se o Congresso aprovar o acordo do teto.

Reprovado

Celso Furtado, Raymundo Faoro, Barbosa Lima Sobrinho, Gianfrancesco Guarnieri e Evandro Lins e Silva estão entre os signatários de manifesto contra o governo FHC que será lançado quinta, na USP. O conteúdo do documento não incomoda muito FHC; alguns nomes que o endossam, sim.

Contra a maré

Em seminário na Costa Rica, José Carlos Dias (Justiça) não deixou margem para dúvidas: não aceita discutir propostas de privatização dos presídios. Defende que essa atribuição é dever intransferível do Estado.

Teia de interesses

O ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) anda inquieto. Não consegue pôr as mãos nos principais órgãos do Ministério, como BNB, Sudene, Codevasf e Dnocs, loteados entre PSDB, PFL e PMDB.

TIROTEIO


De Grijalbo Fernandes Coutinho, presidente da Amatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho) de Brasília, sobre Carlos Velloso, presidente do STF, defender o acúmulo de aposentadorias:
- Velloso está sendo ingênuo. Ou, então, defende outros interesses que não sabemos quais são. Mas que, com certeza, não são os interesses da magistratura e da moralidade.

CONTRAPONTO

Esnobes e plebeus
Diplomatas são pessoas com um modo de vida muito peculiar, que gostam de coisas que os comuns mortais costumam ignorar. Jogar golfe, por exemplo. Aliás, o esporte predileto do chanceler Luiz Felipe Lampreia.
Por isso, em geral, torcem o nariz quando alguém de fora dos quadros do Itamaraty é nomeado para alguma embaixada, o que é frequente em relação à representação em Lisboa.
Por lá já circularam o ex-ministro José Aparecido de Oliveira e o ex-presidente Itamar Franco.
O último político no posto foi o atual presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC).
Dias após chegar a Portugal, Bornhausen ofereceu uma recepção aos embaixadores latino-americanos em Lisboa.
Conversa vai, conversa vem, um deles se aproximou de Bornhausen e perguntou:
- O sr. joga golfe?
Bornhausen fez uma pausa e respondeu com humor:
- Não, não. Eu não sou de carreira.

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