São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

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PAINEL

Questão de tempo
O clima no PFL é de velório. Os principais dirigentes do partido não acreditam mais na candidatura de Roseana. Dizem que a pefelista foi abatida pela imagem do dinheiro encontrado em sua empresa. Mesmo que não desabe agora nas pesquisas, não sobreviveria à campanha na TV.

Silêncio suicida
A única salvação para Roseana seria uma explicação convincente sobre a origem do R$ 1,34 mi apreendido pela PF. Mas, como a resposta não veio até agora, os dirigentes do PFL acham que nem ela sabe o que dizer para mudar o jogo. Virou uma espécie de Jader do PFL.

Tamanho do golpe
A cúpula do PFL calcula que Roseana possa cair até 8 pontos percentuais nas pesquisas que serão divulgadas nesta semana.

Proposta de acordo
Mesmo considerando a candidatura de Roseana agonizante, o PFL tentará arrastar a campanha até maio. Se o desempenho de Serra for ainda pior que o da governadora, vai propor ao PSDB o lançamento de um terceiro nome para enfrentar Lula.

Diagnóstico palaciano
FHC disse, em conversa com um líder parlamentar, que a candidatura de Roseana Sarney está na UTI, com 80% de chances de morrer. Mas, mesmo que a governadora do Maranhão fique pelo caminho, o presidente acha difícil uma recomposição do PSDB com o PFL.

Viagem de volta?
Apesar do veto de vários caciques do PFL a Serra, já há na sigla quem defenda reaproximação lenta e gradual com o PSDB. Os aliancistas, poucos, não falam publicamente do assunto. Mas dizem que poderão crescer, se o tucano subir nas pesquisas.

Bolsa de palpites
Serra reuniu-se em Fortaleza com o prefeito Juraci Magalhães (PMDB). É outro nome na bolsa de apostas de vices, caso a aliança PSDB-PMDB seja fechada.

Decurso de prazo
PT e PMDB devem mudar de estratégia para contestar a decisão do TSE de verticalizar as coligações. Os partidos argumentarão ao STF que a modificação na regra precisava ter sido publicada até o dia 5 de março, segundo a legislação, para valer já na eleição deste ano.

Voltar o relógio
Para petistas e peemedebistas, como o prazo não foi cumprido pelo TSE, deve valer neste ano a mesma regra da eleição de 98, que permitia que as coligações estaduais fossem independentes das presidenciais.

Golpe fatal
A expectativa em Brasília é que o TSE determine que os partidos sem candidato à Presidência somente possam coligar-se nos Estados com aqueles que estejam na mesma situação. O que colocará o PMDB definitivamente no colo de José Serra.

Cacique chateado
Contrariado em ter de disputar as prévias do PT à Presidência, Lula já avisou que irá votar em silêncio. Não dará entrevistas nem comemorará a vitória.

Cálculo petista
A cúpula do PT calcula que Suplicy terá entre 10% e 15% na prévia presidencial de domingo do partido contra Lula.

Palavra de honra
Paulo Maluf diz que o PPB terá candidato próprio à Presidência. "O resto [a possibilidade de se coligar com o PSDB de José Serra na eleição" é mera especulação de desocupados".

Visitas à Folha
Roberto Romano, professor de Filosofia da Unicamp e candidato a reitor da universidade, visitou ontem a Folha.
 
Marcus Ianoni, professor de Realidade Sócio-Econômica e Política Brasileira da Faculdade Cásper Líbero, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Afra Balazina, aluna de Jornalismo da instituição.

TIROTEIO

De Cláudio Lembo, presidente do PFL de São Paulo, sobre o dinheiro encontrado na empresa de Roseana:
- O PFL prestou a solidariedade necessária à governadora Roseana Sarney. Agora, cabe a ela prestar solidariedade ao partido e esclarecer tudo.

CONTRAPONTO

Agradecimento crítico

Há 20 dias, o prefeito de Juiz de Fora (MG), Tarcísio Delgado (PMDB), participou da reinauguração de um cinema da cidade, tombado pelo patrimônio histórico do município.
O projeto, que faz parte de um trabalho de revitalização do centro de Juiz de Fora, tem o patrocínio do Unibanco.
Na hora dos agradecimentos, em seu discurso, o prefeito fez uma confusão:
- Gostaria de parabenizar o banco Itaú pela iniciativa de apoiar a cultura.
No mesmo instante, vários funcionários do Unibanco que estavam na platéia corrigiram o prefeito.
Delgado ouviu o burburinho, entendeu a gafe e procurou uma forma de sair da situação. Mas a emenda ficou ainda pior:
- Para vocês, funcionários, pode ter alguma diferença entre os bancos. Para nós, que somos clientes, é tudo a mesma coisa...


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