São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

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NO AR

Na Caixa

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Os indícios de envolvimento de Roseana Sarney com empresas beneficiadas por recursos da Sudam podem ser de grande interesse para os bravos procuradores que investigam o caso.
Mas não estão derrubando a candidata pefelista.
Os detalhes são intrincados e, mesmo em meio ao esforço de esclarecimento no Jornal Nacional, não sustentam meio minuto de atenção do telespectador -quanto mais o tempo interminável de ontem.
O que pega, pelo que disse à Jovem Pan o presidente do Vox Populi, instituto de pesquisas que registrou a queda de Roseana na semana passada, é mesmo o dinheiro.
São as notas de R$ 50 que os pefelistas começaram explicando de um jeito, depois de outro, depois de outro. A versão mais recente, de bastidores, mas nem por isso mais convincente, fala em caixa dois da campanha presidencial do PFL.
E hoje tem mais versão.
 
O dinheiro todo, pelo que registrou a Globo, não está mais à solta. Foi deixado na Caixa Econômica Federal -a mesma que era dirigida pelo PFL até o final de semana.
 
O presidente da Caixa Econômica deixou o governo porque o presidente do PFL declarou que, se ele não deixasse, seria alguém sem "caráter".
Na mesma linha, para seguir com "caráter", o PFL promete hoje aprovar a CPMF.
Pelo menos é o que diz agora Inocêncio Oliveira, líder na Câmara, depois de uma semana de ameaças veladas.
 
Nunca é demais sublinhar que o JN da última quinta-feira expôs repetidamente as duas fotos do dinheiro que derrubou Roseana.
Ao mesmo tempo em que se negociava a ampliação dos investimentos federais na Globo Cabo, como noticiou este jornal no sábado.
E poucas semanas depois da contratação de Henri Philippe Reichstul, ex-presidente da Petrobras e companheiro de FHC desde os tempos de Cebrap, para a Globopar.
 
Paulo Henrique Amorim retratou, na Cultura, "como o governo vai salvar a Globo Cabo". Do ex-Globo:
- Agora, só quem vai colocar dinheiro é o BNDES... O BNDES vai assumir metade da dívida da empresa.
Seriam R$ 800 milhões de dinheiro público, no que um entrevistado chamou de um tipo de "Proer".


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