São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2000 |
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PAINEL Idéia no forno A queda de José Carlos Dias e a nomeação de José Gregori dá fôlego à tese, defendida por setores do Planalto, de que o comando da Polícia Federal deve sair das mãos da Justiça. O general Alberto Cardoso (Segurança Institucional) é o maior defensor da idéia. Não o único. Pedra no caminho Cardoso (Segurança Institucional), grande vitorioso com a queda de Dias, defende há muito que o corporativismo da PF precisa ser enquadrado. Até por uma reengenharia institucional. FHC, que conhece suas posições, é bem mais cauteloso. Teme que o ranço militar acabe dominando a corporação. Marcha lenta Há muitos anos, em seus momentos bem-humorados, FHC refere-se ao novo ministro da Justiça, José Gregori, chamando-o de "cavalo de parada". Tradução: é muito vistoso, mas não funciona para fazer corrida. Pré-história José Carlos Dias esteve para ser demitido quando se opôs aos projetos de infiltração de agentes e de escuta telefônica previstos no Plano Nacional de Segurança. Ficou porque o Planalto concluiu que ele sairia como herói. A causa era boa. Fiandeiro O recente encontro entre FHC e Quércia, num sábado à noite, no Alvorada, foi costurado meses a fio por Michel Temer (PMDB). Um dos assuntos da conversa foi a sucessão de 2002. Sem teatro O PFL tentava ontem marcar uma conversa de ACM com FHC. O Planalto topa, com uma condição: o baiano não pode combinar uma coisa em particular e dizer outra em público, como fez na questão do teto. Guizo no gato Marco Maciel e Bornhausen convenceram ACM a recuar da idéia de votar o mínimo antes do Orçamento. O baiano sentiu que está se isolando no PFL. Mas pedirá compensação: o teto salarial, por exemplo. Conexão Miami Um depoimento que o advogado Cid Vieira de Souza Filho exibe nos bastidores da política paulista diz que o ex-senador Gilberto Miranda e os empresários Naji Nahas e Leopoldo Collor operaram para divulgar, em 98, o dossiê Caribe (suposta conta secreta do tucanato). ACM e Maluf são citados. Contra-ataque Flávio Maluf contratou nos EUA o advogado Gerard Treanor, que já solicitou acesso aos autos do inquérito de Nova York do dossiê Caribe, em que o nome do filho do ex-prefeito Paulo Maluf aparece citado. Conhecendo o teor dos papéis, Flávio considera a possibilidade de divulgar seu conteúdo. Dança dos números Na contagem interna do Palácio das Indústrias, há na Câmara de SP apenas 29 votos fechados em favor da aprovação do processo de impeachment de Pitta. São necessários 33. Os demais, contabilizados pela oposição, seriam "modificáveis". Fumaça eleitoral O marqueteiro Nelson Biondi diz estar montando equipes para atuar em três campanhas eleitorais. Nenhuma delas, segundo ele, de Paulo Maluf. Pelo menos por enquanto. Visitas à Folha Marta Suplicy, pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PT, visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada do coordenador de campanha Rui Falcão, do publicitário Augusto Fonseca, da MP5 Estratégia e Criação, e do assessor de imprensa Adrian Alexandri. Célia Marisa de Ávila, coordenadora nacional do programa Capacitação Solidária, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Elisabeth Braz, assessora do programa, e de Carlos Rydle, da Companhia de Notícias. TIROTEIO De Marcelo Déda (PT-SE), sobre a saída do ministro José Carlos Dias (Justiça), após desentendimento com Alberto Cardoso (Segurança Institucional), a exemplo do que aconteceu na demissão do ministro anterior, Renan Calheiros: - Talvez fosse o caso de nomear logo o general para o Ministério da Justiça. Chega de intermediários. CONTRAPONTO Timão socialista Principal líder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu reunir vários nomes da nata da intelectualidade petista na última segunda-feira, no seminário que o partido começou a promover para discutir o socialismo. A sede nacional do PT estava lotada. E Lula, visivelmente eufórico com o retorno que obteve dos ideólogos do partido para debater um tema mal resolvido entre as suas correntes internas. A palestra inaugural ficou a cargo da filósofa Marilena Chaui. A seu lado, na mesa, estavam o secretário de Relações Internacionais do PT, Marco Aurélio Garcia, o filósofo Carlos Nelson Coutinho e o crítico literário Antonio Candido, organizador do encontro. Ao abrir o evento, Lula fugiu do roteiro. Corintiano roxo, não perdeu a chance de registrar a goleada que o rival Palmeiras havia sofrido um dia antes, por 5 a 2, do Rio Branco: - Antes de tudo, quero saber se aqui tem algum palmeirense. Por favor, fiquem quietinhos. A gargalhada foi geral. E-mail: painel@uol.com.br Próximo Texto: Mudança ministerial: Dias perde disputa com general e deixa a Justiça Índice |
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