São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2000


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NOS EUA
Lista traz Flávio Maluf, filho do ex-prefeito, e ex-nomes da MetroRED
FBI apura envolvimento de pelo menos 8 pessoas

ANGÉLICA SANTA CRUZ
da Reportagem Local

O FBI investiga oito pessoas supostamente envolvidas na corrupção de autoridades para implantar fibras ópticas em São Paulo. São nomes ligados ao empresário Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf, e à empresa MetroRED. Estão na lista um norte-americano e sete brasileiros, entre eles o próprio Flávio Maluf.
No rol do FBI, aparece o empresário paulista Joaquim Romeu Espinheira Ferraz, dono da RFM Comercial e Construtora.
O empreiteiro é primo de José Maria Teixeira Ferraz, preso em Miami com Oscar de Barros sob acusação de lavagem de dinheiro.
Espinheira Ferraz também é amigo de Flávio Maluf. Em 1997, por exemplo, foi indicado por ele para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Município.
Procurado pela Folha, ele confirmou a ligação com Flávio Maluf e o parentesco com o brasileiro preso."Mas não sei nada dessa lista", afirmou.
Também estão na relação do FBI os nomes de três ex-executivos da MetroRED no Brasil.
Um deles é Jorge Luiz Frederich Vital, que ocupou o cargo de diretor-geral da MetroRED durante a implantação da empresa no país.
À Folha, ele negou envolvimento pessoal ou da companhia com supostos casos de corrupção na Prefeitura de São Paulo.
Vital deixou a empresa no dia 18 de março do ano passado. Hoje ocupa o cargo de diretor comercial da Global One, empresa formada pelas operadoras de telefonia européias Deustche Telekom (Alemanha) e France Telecom (França).
Sobre a declaração do grupo Fidelity, nos EUA, de que a diretoria da subsidiária brasileira teria sido afastada por suspeita de corrupção, Vital disse que a informação é ""novidade absoluta".
"Se houvesse algum problema, teriam aberto processo contra mim e não houve nada disso".
Os outros dois executivos que figuram na lista são Plínio Guilherme e o norte-americano Lance Cawley. Ambos foram demitidos, de acordo com o Fidelity.
Até o início de 1999, Cawley foi presidente da MetroRED para a América Latina.
Em novembro de 1998, comandou um acordo entre a MRS (que assumiu de parte da malha da Rede Ferroviária Federal) e a MetroRED. O contrato permitiu a instalação de fibras ópticas numa malha ferroviária de 1.600 km, entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte.
Além do reverendo Caio Fábio e do consultor de marketing Paulo Sérgio Rosa, citados desde o início das investigações sobre o dossiê Caribe, aparece também na lista o advogado maranhense José Revanildo Oliveira Martins.
O advogado não foi encontrado ontem pela Folha. Um de seus filhos, o administrador de empresas Glauco Martins, afirmou que ele já representou Oscar de Barros em São Paulo."Além disso, eles são amigos há muitos anos e se falam sempre", afirmou.


Colaborou ELVIRA LOBATO, da Sucursal do Rio


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