São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2000


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INVESTIGAÇÃO
Mais duas funcionárias do prefeito Celso Pitta serão ouvidas pela polícia
Ex-empregada confirma reuniões

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local


A ex-empregada do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, Maria Helena Aurora Melo afirmou ontem, em depoimento de três horas à polícia, que presenciou pelo menos quatro reuniões na casa do prefeito com secretários e vereadores acusados pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta de corrupção.
O inquérito, aberto a pedido da Procuradoria Geral de Justiça, é baseado nas acusações feita por Nicéa de que os vereadores paulistanos cobraram propina para votar favorável ao prefeito no processo de impeachment.
Nicéa disse ter presenciado essas reuniões em sua casa e elencou as empregadas domésticas como testemunhas.
Maria Helena, que foi a primeira a ser ouvida no inquérito criminal, trabalhou na casa de Pitta desde que ele ainda morava com Nicéa, no Jardins.
Até o mês passado, estava trabalhando no flat do prefeito, em Moema.
De acordo com o delegado Jorge Carrasco, que preside o inquérito, Maria Helena disse que presenciou várias reuniões de Pitta com os secretários Antenor Braido (Comunicação Social), Jorge Pagura (Saúde), Carlos Augusto Meinberg (Governo) e com o presidente da Câmara Municipal, Armando Mellão (PMDB).
"Ela não sabe dizer o teor das conversas que foram mantidas nessas reuniões. Disse que entrava na sala apenas para servir cafezinho. O importante para nós é que Maria Helena confirmou a existência das reuniões e disse que Nicéa Pitta acompanhou algumas delas", afirmou Carrasco.
De acordo com o delegado, Maria Helena afirmou que ocorreram "três ou quatro" reuniões na casa do prefeito, em "meados de 99". A ex-empregada disse, segundo Carrasco, que essas reuniões ocorreram em agosto do ano passado.
"Todas as informações serão analisadas pela polícia e pelo Ministério Público", disse Carrasco.
Para o procurador do setor que apura crimes praticados por prefeitos, Carlos Alberto de Oliveira Andrade Neto, que acompanhou o depoimento de Maria Helena, as declarações da ex-empregada foram consideradas "positivas".
"Ela não sabe de muitos detalhes, não confirma o teor das conversas, mas confirma que as reuniões ocorriam com uma certa frequência", disse Andrade Neto.
Outras duas empregadas de Pitta e de Nicéa foram intimadas a depor.
Maria José Aurora Melo, irmã de Maria Helena, e Maria dos Santos deveriam ser ouvidas ontem, mas tiveram o depoimento transferido para quinta-feira.
Outras pessoas serão ouvidas, mas os nomes não são divulgados para não atrapalhar as investigações.


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