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INVESTIGAÇÃO
Mais duas funcionárias do prefeito Celso Pitta serão ouvidas pela polícia
Ex-empregada confirma reuniões
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
A ex-empregada
do prefeito de São
Paulo, Celso Pitta,
Maria Helena Aurora Melo afirmou
ontem, em depoimento de três horas à polícia, que
presenciou pelo menos quatro
reuniões na casa do prefeito com
secretários e vereadores acusados
pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta de corrupção.
O inquérito, aberto a pedido da
Procuradoria Geral de Justiça, é
baseado nas acusações feita por
Nicéa de que os vereadores paulistanos cobraram propina para
votar favorável ao prefeito no
processo de impeachment.
Nicéa disse ter presenciado essas reuniões em sua casa e elencou as empregadas domésticas
como testemunhas.
Maria Helena, que foi a primeira a ser ouvida no inquérito criminal, trabalhou na casa de Pitta
desde que ele ainda morava com
Nicéa, no Jardins.
Até o mês passado, estava trabalhando no flat do prefeito, em
Moema.
De acordo com o delegado Jorge Carrasco, que preside o inquérito, Maria Helena disse que presenciou várias reuniões de Pitta
com os secretários Antenor Braido (Comunicação Social), Jorge
Pagura (Saúde), Carlos Augusto
Meinberg (Governo) e com o presidente da Câmara Municipal, Armando Mellão (PMDB).
"Ela não sabe dizer o teor das
conversas que foram mantidas
nessas reuniões. Disse que entrava na sala apenas para servir cafezinho. O importante para nós é
que Maria Helena confirmou a
existência das reuniões e disse
que Nicéa Pitta acompanhou algumas delas", afirmou Carrasco.
De acordo com o delegado, Maria Helena afirmou que ocorreram "três ou quatro" reuniões na
casa do prefeito, em "meados de
99". A ex-empregada disse, segundo Carrasco, que essas reuniões ocorreram em agosto do
ano passado.
"Todas as informações serão
analisadas pela polícia e pelo Ministério Público", disse Carrasco.
Para o procurador do setor que
apura crimes praticados por prefeitos, Carlos Alberto de Oliveira
Andrade Neto, que acompanhou
o depoimento de Maria Helena,
as declarações da ex-empregada
foram consideradas "positivas".
"Ela não sabe de muitos detalhes, não confirma o teor das conversas, mas confirma que as reuniões ocorriam com uma certa
frequência", disse Andrade Neto.
Outras duas empregadas de Pitta e de Nicéa foram intimadas a
depor.
Maria José Aurora Melo, irmã
de Maria Helena, e Maria dos
Santos deveriam ser ouvidas ontem, mas tiveram o depoimento
transferido para quinta-feira.
Outras pessoas serão ouvidas,
mas os nomes não são divulgados
para não atrapalhar as investigações.
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