MAURÍCIO THUSWOHL
da Sucursal do Rio

O Ministério Público do Rio está investigando suspeita de irregularidades em mais uma obra do governo do Estado. O alvo das investigações é o Departamento de Estradas de Rodagem, acusado de superfaturar os valores dos trabalhos de reforma de uma ponte em Barra do Piraí, no sul fluminense.
O projeto, dividido em duas etapas e orçado em R$ 1,7 milhão, teria ainda beneficiado a empreiteira Somaq, contratada em agosto de 1999 sem licitação pública.
O DER afirma não ter feito a licitação da primeira parte da obra, com custo de R$ 620 mil, porque se tratava de uma reforma de urgência, uma vez que a ponte Getúlio Vargas recebe o fluxo de veículos de uma rodovia estadual e estava interditada desde junho de 1998, por determinação do próprio Ministério Público.
Em fevereiro passado, a Somaq foi escolhida através de carta-convite para fazer a segunda parte da obra, orçada em R$ 1,09 milhão.
Procurado pela Folha, o presidente do DER, Henrique Ribeiro, não retornou a ligação até a conclusão desta edição. A secretária da Somaq informou que o presidente da empresa, Válter Pfeil, não foi trabalhar ontem.

Liminar
O Tribunal de Justiça cassou ontem a liminar que há duas semanas paralisou as obras do conjunto Nova Sepetiba, o maior projeto habitacional do governo do Estado. A liminar foi concedida porque, como mostrou reportagem da Folha, as obras haviam começado sem licença ambiental.
O conjunto Nova Sepetiba foi uma das razões da queda de Eduardo Cunha da presidência da Cehab. Cunha foi acusado de suposto favorecimento à empresa Grande Piso, que venceu quatro licitações do projeto.
Além de Cunha, outros quatro auxiliares de Anthony Garotinho foram afastados nesta semana por suspeitas de tráfico de influência e outras irregularidades.
Ontem, o presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, João Luiz Pinaud, foi anunciado como o novo secretário da Justiça do Rio. Ele substitui Antônio Oliboni, que pediu demissão sábado.