|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SALÁRIO
Medida provisória é votada hoje
Comissão aprova
mínimo de R$ 151
da Sucursal de Brasília
O parecer favorável ao salário
mínimo de R$ 151 foi aprovado
ontem na comissão especial mista
que analisou o assunto, por cinco
votos a três. A oposição boicotou
a votação.
A proposta chegou a ser votada
duas vezes. Na primeira, petistas e
pefelistas se aproveitaram da ausência de senadores governistas
-que estavam votando a Lei de
Responsabilidade Fiscal no plenário do Senado- para colocar o
parecer em votação.
Houve quatro votos a favor e
três contrários (todos de pefelistas). Os petistas não votaram e argumentaram que o quórum mínimo seria de oito votos. "A votação
não valeu. O presidente do Senado poderá levar a questão diretamente ao plenário amanhã (hoje)", disse o deputado Paulo Paim
(PT-RS).
Pouco depois, ACM anunciou
que a votação não poderia ter
ocorrido, pois o regimento impede votações simultâneas no plenário e em comissões. Os governistas, então, conseguiram quórum para uma nova sessão, que
aprovou a MP.
Acordo
O PMDB e o PSDB impediram
ontem um acordo entre o governo e o PFL que previa uma "saída
honrosa" para o presidente do
Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), na questão do
salário mínimo.
Pelo acordo, o governo reeditaria hoje a medida provisória que
fixa o mínimo em R$ 151. ACM,
assim, teria motivo para não colocar hoje a proposta em votação no
plenário e votar o Orçamento de
2000, como quer o governo.
Na semana passada, ACM disse
a parlamentares de oposição que
a MP do salário mínimo seria votada hoje, antes do Orçamento. O
presidente do Senado é contra o
salário mínimo de R$ 151, por
considerá-lo muito baixo.
A reedição da MP também daria
tempo ao governo para negociar
uma proposta conciliatória com o
PFL. O governo, com o aval dos
pefelistas, queria votar a MP do
salário mínimo em 3 de maio.
O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio
(PSDB-AM), chegou a anunciar a
reedição da MP como certa. Depois, disse que o assunto teria de
ser discutido hoje pela base governista. Mesmo assim, afirmou que
o Orçamento será votado hoje.
Os líderes do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), e no Senado, Jader Barbalho (PA), foram
os principais responsáveis pela
articulação para barrar o acordo.
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), também ficou
contrariado com o acerto.
Na avaliação de peemedebistas
e tucanos, os parlamentares do
PFL têm de definir de uma vez se,
na questão do mínimo, vão apoiar
o governo ou ficar ao lado de
ACM.
"Estão fechando a única saída
honrosa possível. Querem partir
para o pau", disse o pefelista Luiz
Antonio de Medeiros (SP).
(LUIZA DAMÉ e DANIEL BRAMATTI)
Texto Anterior: Congresso: Orçamento deverá ser votado hoje Próximo Texto: Contas públicas: Senado aprova lei que limita gastos Índice
|