São Paulo, quarta-feira, 12 de abril de 2006

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Absolvidos na Câmara são denunciados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo absolvidos pela Câmara, deputados acusados de envolvimento com o escândalo do mensalão foram denunciados pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sob acusação de terem cometido crimes como formação de quadrilha e corrupção passiva.
"Eu não trabalhei com as deliberações e os juízos políticos da Câmara, e sim com os elementos que estão no processo", afirmou o procurador-geral.
Ficaram de fora dessa parte do inquérito, já concluída, os deputados Roberto Brant (PFL-MG), Wanderval dos Santos (PL-SP), Sandro Mabel (PL-GO), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA) e Vadão Gomes (PP-SP).
Entre os absolvidos pela Câmara, não escaparam do inquérito da Procuradoria Geral da República os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Professor Luizinho (PT-SP), João Magno (PT-MG), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Pedro Henry (PP-MT).

Deputados que renunciaram
Também foram acusados quatro parlamentares que renunciaram ao mandato para escapar do processo de cassação do mandato: Valdemar Costa Neto (PL-SP), Bispo Rodrigues (PL-RJ), José Borba (PMDB-PR) e Paulo Rocha (PT-PA). Se cassados, eles perderiam o mandato e ficariam inelegíveis por oito anos.
Autor das denúncias sobre o esquema do mensalão, em junho do ano passado, o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Apontado como o mentor do esquema, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), que também teve seu mandato cassado pela Câmara dos Deputados, foi denunciado no inquérito do mensalão por formação de quadrilha, corrupção ativa e desvio de dinheiro público por servidor (peculato).
O deputado José Janene (PP-PR), que ainda aguarda julgamento no plenário da Câmara, também foi denunciado pelo procurador-geral como beneficiário do esquema.

Cassados
Entre os deputados cassados, foi acusado pelo procurador-geral o presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), além de José Dirceu e Roberto Jefferson.
Nesse ponto, a denúncia oferecida pela Procuradoria foi mais incisiva que o relatório final da CPI dos Correios, que afirmou que esses parlamentares "podem ter incorrido em crime eleitoral e de sonegação fiscal", além de corrupção passiva.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), pediu o aprofundamento das investigações pelo Ministério Público, alegando que a comissão não teve como avaliar a documentação que sustentou as defesas.
(FK e AM)


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