São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

No divã

A reunião entre as cúpulas do PSDB e do DEM, na segunda-feira em São Paulo, tem por objetivo tentar definir uma estratégia de longo prazo para a oposição, atônita diante dos recordes de popularidade de Lula.
Com FHC e Jorge Bornhausen à frente, tucanos e "demos" discutirão o cenário político e econômico a fim de buscar uma alternativa à tática de guerrilha que os dois partidos vêm adotando no Congresso. O encontro terá a participação dos presidentes das siglas, Sérgio Guerra (PE) e Rodrigo Maia (RJ), e dos líderes da Câmara e do Senado. Como não há sinal de entendimento sobre a eleição paulistana, o grupo fará um esforço para deixar o assunto longe da mesa.



E eu? O esforço da oposição para afinar o discurso ainda deixa brechas. "Sou um dissidente do PMDB no Senado e quase nunca sou procurado", reclama Jarbas Vasconcelos (PE). "A única vez que unimos esforços obtivemos uma grande vitória, que foi a derrubada da CPMF", completa.

Não custa nada. Embora as alianças PSDB-DEM não vinguem em quase nenhuma capital, as direções decidiram fazer tentativas localizadas de unir os partidos. Sérgio Guerra esteve ontem em Belém para convencer o tucano Simão Jatene a apoiar a "demo" Valéria Pires, sua vice no período em que ele governou o Pará. Tudo em troca de futura reciprocidade em 2010.

Quase normal. No Rio Grande do Sul, a reaproximação entre a governadora Yeda Crusius (PSDB) e seu vice, Paulo Feijó (DEM), pode facilitar uma aliança para a eleição em Porto Alegre. A respeito da situação no Palácio Piratini, um tucano faz graça: "Está ótima. Agora a Yeda pode até viajar sem ficar com medo de o Paulo assumir e demitir todo o secretariado".

Gestão. O PT vai reunir seus prefeitos para discutir eleições municipais num hotel de Brasília, na segunda-feira. Será uma chance para Fernando Pimentel tentar aplacar a hostilidade de parte da cúpula do partido à aliança com o PSDB em Belo Horizonte. No dia seguinte, a Executiva petista terá encontro sobre o tema.

Peixe pequeno. Enquanto a presença da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ainda é incerta, a oposição mira no que pode. A ordem agora é tentar derrubar Altemir Gregolin (Pesca), para ter como esgrimir algum feito na CPI mista dos Cartões. Na semana que vem, Vic Pires (DEM-PA) deve vir com munição nova contra o ministro.

Outro lado. O tucano Arnaldo Madeira (SP) diz que não havia indicados seus entre os demitidos por José Anibal (SP) da liderança do PSDB na Câmara. "Se ele exonerou para diminuir o número de funcionários à disposição da liderança, que considero altíssimo, terá meu apoio. Embora eu discorde do método."

Não rolou. Odair Cunha (PT-MG), relator da medida provisória que isenta do pagamento de PIS/ Cofins as distribuidoras de álcool e restringe a cobrança aos usineiros, manteve o texto original do governo. No início da semana, parlamentares pró-usineiros fizeram barulho em audiência na Câmara. Prometem agora derrubar a MP.

Bênção. As centrais sindicais escolheram a dedo seu primeiro evento após a mudança na legislação que lhes renderá R$ 100 mi anuais. Vão à CNBB, na quarta-feira, a fim de discutir a redução da jornada com os bispos.

Por água. Funasa e Ministério da Defesa fecharam acordo para enviar na segunda ao vale do rio Javari, divisa entre Amazonas e Peru, um navio-hospital que dará assistência aos 3.700 índios da região. Lá são registradas, todos os anos, dezenas de mortes por doenças como malária, meningite e tuberculose.

Tiroteio

O que o ministro Geddel espera?
Que o PT entre numa canoa furada?


De ROMÊNIO PEREIRA , secretário de Assuntos Institucionais da sigla, sobre a decisão de lançar candidato em Salvador a despeito da participação na administração de João Henrique (PMDB); o ministro Geddel Vieira Lima cobrava apoio do PT à reeleição do prefeito.

Contraponto

Íntimo e pessoal

O deputado Paulo Maluf (PP-SP) avistou o colega Clodovil Hernandes (PR-SP) no Congresso, no início da semana, e logo o convidou para a feijoada que serviria em sua casa em Brasília, da qual participariam vários políticos. Clodovil recusou, alegando ter outro compromisso.
No dia seguinte, os dois se encontraram no plenário.
-Você perdeu uma grande feijoada, e nós ficamos sem uma grande companhia. Mas minha casa estará sempre à sua disposição-, declarou o ex-prefeito.
Clodovil pôs a mão no peito de Maluf e disse:
-Casa todo mundo tem. O que eu quero mesmo saber é se estou dentro do seu coração...


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