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Ex-ministros condenam punição
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois ex-ministros da Justiça ouvidos ontem pela Folha, Miguel
Reale Júnior e Paulo Brossard,
condenaram a decisão do governo Lula de cancelar o visto de permanência do jornalista americano Larry Rohter.
"É uma atitude obscurantista de
marca fascistóide", disse o advogado Miguel Reale Júnior, ministro entre abril e julho de 2002. Ele
Considerou a medida "uma expulsão, um banimento".
"É uma medida dos tempos da
lei de segurança nacional, pela
qual se trata um dissidente ou um
crítico como um inimigo do
país", afirmou Reale Júnior.
Paulo Brossard, ministro da
Justiça entre 1986 e 1989 no governo de José Sarney, disse que "é
certo que os Estados têm certo
poder discricionário [de expulsar], mas a medida mais prejudica
do que ajuda".
Um ministro do Supremo Tribunal Federal disse, em caráter
reservado, que a decisão foi "stalinista", uma "clara represália" e
uma "reação de monumental estupidez". Para esse ministro, há
chance de o repórter obter liminar judicial autorizando-o a permanecer no país.
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, classificou o assunto de
"episódio lamentável" e disse que
"não é da tradição brasileira expulsar jornalistas do país". Antes,
ele havia divulgado nota em nome do Conselho Federal da OAB,
na qual criticou a reportagem.
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