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Dinheiro saía na meia do "patrão", diz motorista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Fernando Freitas, que por um
ano e meio foi motorista da Planam, disse em depoimento à Polícia Federal que os empresários
Darci Vedoin, Luiz Antonio Trevisan e Ronildo Medeiros passavam "a maior parte do expediente
na Câmara e no Senado". O trio,
radicado em Cuiabá, era conduzido em Brasília por Freitas, ouvido
pela PF em 9 de maio.
A Planam supostamente centraliza o esquema de desvio de dinheiro público de projetos na área
de saúde. A investigação aponta
que a empresa criava concorrentes fantasmas para fraudar licitações e pagava propina a servidores e parlamentares para garantir
o acesso aos recursos.
Segundo o motorista, os empresários -entre os quais Darci Vedoin- evitavam se aprofundar
em conversas no carro, mas faziam referência aos gabinetes dos
deputados José Divino (PRB-RJ)
e Paulo Baltazar (PSB-RJ).
Além dos "patrões", Freitas levava ao Congresso, no Toyota Corolla da Planam, "grandes quantidades de dinheiro", acondicionado em "maletas tipo executivo",
no porta-malas do veículo.
Segundo o depoimento, ao retornar ao carro, eles distribuíam o
dinheiro pelos bolsos e meias para levar, possivelmente a parlamentares integrantes do esquema. Freitas afirma que não assistiu ao pagamento e não cita quantias, mas afirma que eram "grandes", pois enchiam as maletas.
O dinheiro era sacado em agência do banco Itaú, no setor comercial sul em Brasília, por funcionários da Planam, entre os quais o
próprio motorista.
Ex-gerente
Segundo reportagem do "Jornal
Nacional" de ontem, Marcelo Antonio de França, ex-gerente de um
hotel em Brasília, teria testemunhado o empresário Darci José
Vedoin, da Planam, conversar diversas vezes com deputados no
restaurante do hotel sobre pagamentos aos parlamentares. O gerente, no entanto, não deu nomes
nem disse ter visto dinheiro ser
entregue aos congressistas.
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