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Jobim diz que sai se houver recuo na Infraero
Ministro da Defesa, que conduz processo de profissionalização da empresa, afirma que não opera "em coisa que não funciona"
Gilberto Carvalho, assessor de Lula, diz que processo "é fato consumado" e acena que o governo não deve interferir nas demissões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em entrevista após encontro
com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o ministro Nelson
Jobim (Defesa) disse ontem
que pedirá demissão do cargo
diante de uma eventual iniciativa do Palácio do Planalto de
rever o plano de demissões instalado na Infraero.
"Vou conversar com as pessoas. Agora, sem recuo. Vou
examinar o nome de todos. Vou
mostrar as razões pelas quais
isso está acontecendo. Ou temos uma coisa séria ou não temos. Se não for séria, não é ambiente para mim. Não é nesses
termos. Só que eu não opero em
coisa que não funciona. Se não
funciona, não opero", afirmou.
Por ora, não há iniciativa na
linha de rever esse processo na
empresa que administra os aeroportos do país. "[A profissionalização] é fato consumado.
Não há nenhuma perspectiva
disso [do recuo]", afirmou o
chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.
As recentes demissões causaram reações no PT e no PMDB,
que têm apadrinhados na empresa. Líderes peemedebistas
se reuniram com Lula e Jobim
para protestar contra essa iniciativa. Lideraram o protesto o
presidente da Câmara, Michel
Temer (SP), o líder do governo
no Senado, Romero Jucá (RR),
e o líder do partido na Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN).
Jobim sinalizou que as demissões de políticos em cargos
comissionados devem prosseguir até o final do semestre.
Filiado ao PMDB, o ministro
disse que, dos 98 ocupantes de
cargos considerados políticos,
28 já foram afastados. Segundo
ele, o objetivo é manter apenas
12 cargos dessa natureza, ou seja, nomeados sem concurso.
"O problema é a profissionalização da Infraero. Não é uma
questão partidária. É de termos
uma empresa eficiente, competitiva e que possa enfrentar os
problemas que virão principalmente das concessões que viermos a fazer", disse Jobim.
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