São Paulo, terça-feira, 12 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jobim diz que sai se houver recuo na Infraero

Ministro da Defesa, que conduz processo de profissionalização da empresa, afirma que não opera "em coisa que não funciona"

Gilberto Carvalho, assessor de Lula, diz que processo "é fato consumado" e acena que o governo não deve interferir nas demissões


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em entrevista após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Nelson Jobim (Defesa) disse ontem que pedirá demissão do cargo diante de uma eventual iniciativa do Palácio do Planalto de rever o plano de demissões instalado na Infraero.
"Vou conversar com as pessoas. Agora, sem recuo. Vou examinar o nome de todos. Vou mostrar as razões pelas quais isso está acontecendo. Ou temos uma coisa séria ou não temos. Se não for séria, não é ambiente para mim. Não é nesses termos. Só que eu não opero em coisa que não funciona. Se não funciona, não opero", afirmou.
Por ora, não há iniciativa na linha de rever esse processo na empresa que administra os aeroportos do país. "[A profissionalização] é fato consumado. Não há nenhuma perspectiva disso [do recuo]", afirmou o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.
As recentes demissões causaram reações no PT e no PMDB, que têm apadrinhados na empresa. Líderes peemedebistas se reuniram com Lula e Jobim para protestar contra essa iniciativa. Lideraram o protesto o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Jobim sinalizou que as demissões de políticos em cargos comissionados devem prosseguir até o final do semestre.
Filiado ao PMDB, o ministro disse que, dos 98 ocupantes de cargos considerados políticos, 28 já foram afastados. Segundo ele, o objetivo é manter apenas 12 cargos dessa natureza, ou seja, nomeados sem concurso.
"O problema é a profissionalização da Infraero. Não é uma questão partidária. É de termos uma empresa eficiente, competitiva e que possa enfrentar os problemas que virão principalmente das concessões que viermos a fazer", disse Jobim.


Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: Uma pausa
Próximo Texto: Bancários: Sindicato convida ministro do TST para seminário
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.