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O NOVO PERSONAGEM
Marcos Valério domina mercado publicitário de MG
DA AGÊNCIA FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O publicitário Marcos Valério citado por Roberto Jefferson é o empresário Marcos Valério Fernandes de
Souza, que integra um grupo
publicitário formado pelas
agências DNA Propaganda e
SMP&B Comunicação.
Com sede em Belo Horizonte, o grupo detém cinco contas do governo federal, entre
elas a do Banco do Brasil.
Esse grupo já detinha, por
meio da DNA, a conta do BB
durante o governo de Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002). O grupo expande seus negócios e vê também crescer o número de
processos na Justiça, nos
quais é réu, e o de autuações
fiscais por irregularidades.
Em 1996, a SMP&B Publicidade, dos sócios Cristiano
de Mello Paz e Ramon Hollerbach, estava em situação
financeira precária. Então,
em julho daquele ano, foi
criada a SMP&B Comunicação, com o ingresso de dois
novos sócios: Clésio Andrade (PL), atual vice-governador de Minas e presidente da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), e Marcos Valério, um ex-servidor
do Banco Central com fama
de ter muito conhecimento
da área financeira.
A partir daí, a SMP&B Comunicação se associou à
DNA Propaganda, criada
em 1982 e que, hoje, é a
maior agência de publicidade mineira. A DNA teve como presidente Daniel Freitas, sobrinho do vice-presidente da República, José
Alencar (PL). Daniel morreu
em outubro de 2002.
Hoje a DNA detém as contas de publicidade do Banco
do Brasil, da Eletronorte e do
Ministério do Trabalho. A
SMP&B Comunicação trabalha para os Correios e para
o Ministério do Esporte. E
trabalha também para a Câmara dos Deputados desde
2003. Foram os publicitários
do grupo que fizeram a campanha do petista João Paulo
Cunha para a presidência da
Casa naquele ano.
Das agências sócias, a
DNA foi a que mais cresceu.
E as duas SMP&B enfrentam agora processo na Justiça por um ato comercial realizado em 1996 -dois anos
depois, em 1998, Clésio Andrade saía da sociedade para
disputar o governo de Minas
como vice na chapa de
Eduardo Azeredo (PSDB).
Em abril passado, conforme noticiou a Folha, o Ministério Público Estadual
propôs ação de reparação de
danos ao patrimônio público por conta de uma fazenda
superavaliada ter sido doada
ao então banco estatal Credireal para cobrir empréstimo
feito pela SMP&B Publicidade. O prejuízo causado, segundo o Ministério Público,
teria sido de R$ 8 milhões.
Clésio Andrade nega participação nesse caso, porque
alega que ele era sócio só da
SMP&B Comunicação.
Clésio e Marcos Valério
hoje não se se falam. Após
perder a eleição, surgiram
rumores de que Clésio tentou voltar para a agência,
mas que os sócios não se interessaram pelo seu retorno,
pois as empresas já não precisavam mais dele. Clésio
negou à Folha essa versão e
disse que não se interessava
mais pela sociedade, embora
tenha dito que enfrentou dificuldades para reaver o dinheiro de sua parte. Após
desistir de uma ação na Justiça, houve acordo.
(PAULO PEIXOTO, MÁRIO CÉSAR CARVALHO E LEONARDO SOUZA)
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