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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Candidato, Alckmin faz promessas e ataca Lula
Em um longo discurso, tucano diz que vai diminuir ministério e fazer reforma tributária
Convenção em MG oficializa ex-governador como nome do PSDB para disputar a Presidência; aliança com PFL também é referendada
DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Num discurso longo e cansativo, o ex-governador Geraldo
Alckmin anunciou ontem, ao
ser oficializado em convenção
candidato do PSDB à Presidente, três medidas a serem tomadas logo na sua primeira semana de governo, caso seja eleito:
uma reforma tributária, menos
ministérios e medidas para a
área da segurança.
Falando ao partido e a pefelistas por uma hora e cinco minutos, em Belo Horizonte,
Alckmin leu um texto de 19 páginas, no qual esboçou as linhas
gerais de seu programa, enfatizando que o crescimento será
uma "obsessão". No fim do discurso, atacou o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, sem citá-lo: "Onde está o chefe, o líder
dos 40 ladrões?".
Segundo os tucanos, o objetivo do longo discurso foi mostrar um projeto de governo,
buscando responder as críticas
de que o candidato não tem
consistência nem idéias.
O longo discurso, no qual
Alckmin também apresentou
projetos para as áreas de educação, saúde e segurança, acabou
dispersando os militantes que,
no início da convenção, lotavam o pavilhão. Ao final de sua
fala, mais da metade das pessoas já havia deixado o centro
de convenções do Expominas.
Alckmin começou com um
agradecimento ao anfitrião do
evento, o governador Aécio Neves (PSDB), e com críticas ao
desempenho econômico do governo Lula. Comparou os
atuais índices de crescimento
do Brasil aos do Haiti e prometeu eficiência fiscal.
"Vou direto ao ponto. Meu
compromisso é enviar ao Congresso, na primeira semana de
governo, projeto de reforma
tributária que simplifique o
modelo, estimule novos investimentos e busque eficiência."
Em seguida, atacou o que
chamou de "inchaço" da máquina pública. "Vamos cortar
esses ministérios criados à toa
[pelo governo Lula]; cabides de
emprego", disse.
Nervo exposto
Ponto vulnerável da gestão
de Alckmin em São Paulo, a
área da segurança pública mereceu destaque na exposição.
"É meu compromisso lançar,
na primeira semana de governo, um conjunto de medidas
que melhorem a articulação
entre as forças da lei e aumentem o trabalho e o resultado da
União no setor", disse Alckmin.
Para cada tópico, o candidato
tucano entremeava uma crítica
ao governo Lula. "Não preciso
lembrar o quadro caótico do
atendimento público de saúde,
embora o atual presidente o veja como "quase perfeito"."
Alckmin reafirmou sua estratégia de dizer que é tucana a
paternidade dos programas sociais unidos no Bolsa-Família,
carro-chefe da campanha de
Lula. "O atual presidente herdou dos antecessores uma rede
de proteção social que, em
2002, se estendia a mais de 38
milhões de brasileiros", disse.
Na parte final do discurso, o
ex-governador se concentrou
na crise do mensalão. Episódios como a apreensão de dólares na cueca de um petista, em
julho do ano passado, foram relembrados. "O que os brasileiros viram nos últimos anos não
tem paralelo na história do nosso país. Nunca houve tanta desfaçatez e tanto banditismo em
esferas tão altas da República."
Nesse ponto, afirmou que
quer ser presidente para "restaurar a confiança" da população. Ao encerrar, em tom indignado, se referiu à denúncia da
Procuradoria Geral da República no mensalão.
"Que tempos são esses, em
que um procurador-geral da
República denuncia uma quadrilha de 40 criminosos e no
meio da lista estão ministros,
auxiliares do presidente, amigos do presidente? (...) Onde está o chefe, o líder dos 40 ladrões?", questionou.
De acordo com o Diretório
Nacional do PSDB, a convenção, por 384 votos, referendou
a candidatura Alckmin e a
aliança com o PFL.
(VALDO CRUZ, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, CATIA SEABRA, PAULO PEIXOTO E SILVIO NAVARRO)
NA INTERNET - Leia a íntegra do discurso de Geraldo Alckmin
http://www.folha.com.br/061624
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