São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

FHC afirma que Lula virou a casaca e hoje tem as "mãos sujas"

Ex-presidente declara que as "mãos que Geraldo vai dar ao povo são limpas" e que ele não será frouxo nem fanfarrão

Tasso Jereissati, presidente do PSDB, afirma que, "se errar, Alckmin não vai entregar seus amigos e dizer que não tem nada com isso"

DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Enquanto o candidato adotava a linha propositiva, o comando do PSDB fez violentas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na oficialização do nome de Geraldo Alckmin para a corrida presidencial. Principal alvo de ataque petista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o sucessor tem as "mãos sujas" e só está no cargo porque a oposição está de "olhos semivendados".
"Ele errou quando escolheu o PSDB como adversário e os partidos do mensalão como sustentáculos do poder. Sujou as mãos", atacou FHC. "Hoje, nosso presidente é presidente porque estamos com os olhos semivendados. Porque ele incorreu em vários itens da lei de responsabilidade, porque não foi responsável. Deixou que lavassem ao seu lado, ao lado de seu gabinete, a maior teia de corrupção já vista no seu país."
Segundo FHC, é "isso que Geraldo Alckmin vai acabar". "Geraldo não será fanfarrão. Não precisa. Não será frouxo. Trabalhará." Acusando Lula de "fazer declarações falsas sobre educação e sobre saúde", FHC disse que as "mãos que Geraldo vai dar ao povo são limpas".
FHC declarou ter se emocionado ao passar a faixa presidencial a Lula, mas sofreu grande desilusão: "Nunca vi alguém esquecer o passado tão rapidamente, trocar de casaca, virar o homem dos banqueiros, ser capaz de desdizer tudo que disse no passado. Inclusive nas críticas que fazia ao meu governo".
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), também atacou: "Se errar, Alckmin não vai entregar seus amigos e dizer que não tem nada com isso, dizer que não sabia". Econômico nas palavras, o pré-candidato ao governo de São Paulo, José Serra, se esforçou para negar a idéia de falta de vigor no apoio a Alckmin. Disse que a eleição é "responsabilidade de todos".
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que deu entrevista à revista "IstoÉ" na qual dizia que Serra era melhor candidato, tentou desfazer o mal-estar. "Esta caminhada vai representar uma enorme arrancada rumo à vitória de Alckmin."


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