|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
O outro ministro
A PF tem gravados pelo menos três telefonemas entre o lobista Sérgio Sá, peça estratégica no esquema do
empreiteiro Zuleido Veras, e o ministro das Cidades,
Márcio Fortes. O teor dos diálogos, ainda mantidos
em sigilo, revela intimidade entre os interlocutores.
Fortes foi citado uma vez em relatório da Operação
Navalha -que já derrubou Silas Rondeau (Minas e
Energia). No trecho em questão, o ex-presidente do
PP Pedro Corrêa é acusado de traficar influência nas
Cidades para liberar dinheiro à construtora Gautama.
Informada do conteúdo das gravações, a cúpula do
PP discute em privado um substituto, caso Fortes tenha que sair. Um nome aventado foi o de Francisco
Dornelles, de quem o atual ministro é muito próximo.
Em baixa. Silas Rondeau,
primeiro cortado pela navalha, e Márcio Fortes, flagrado
em conversas telefônicas para
lá de informais com o lobista
Sérgio Sá, têm uma característica em comum: sempre foram cobertos de elogios pelo
Palácio do Planalto em razão
de seu "perfil técnico".
Rastro. A PF recebeu informações de que o empresário e
ex-deputado Gandi Jamil, foragido após o estouro da Operação Xeque-Mate, estaria escondido num cassino em Pedro Juan Caballero, Paraguai.
Autoridade. A deputada
estadual do Amazonas Vera
Lúcia Castelo Branco (PTB),
que a Polícia Federal suspeita
ter sido contatada pelo empresário Nilton Cézar Servo a
fim de que os negócios da máfia do jogo fossem expandidos
para Manaus, é delegada e
ocupou o cargo de corregedora da Polícia Civil no Estado.
Símbolo. No evento de recepção da tocha do Pan, Lula e
Renan Calheiros não disseram palavra sobre as denúncias que atingem o irmão do
presidente ou sobre o processo contra o senador. "Os dois
poderiam bem segurar um
abacaxi", brincou um aliado.
Remix. A defesa entregue
pelo advogado Eduardo Ferrão a Epitácio Cafeteira (PTB-MA), relator do processo contra Renan no Conselho de Ética, é versão transposta para o
linguajar jurídico do discurso
do presidente da Casa, acrescida de explicação sobre os
documentos já apresentados.
Meiose. Ganha força no governo a idéia de rachar em
dois o Incra, nos moldes do
que ocorreu no Ibama, dividido para contemplar as várias
correntes políticas e emparedar os focos mais resistentes
às obras de infra-estrutura.
Piada revogada. A posse
de Mangabeira Unger foi confirmada, mas a Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, que já ganhara o apelido de
"Sealopra", mudou de nome.
Será agora Secretaria Especial
de Planejamento Estratégico.
Pré-produção. A resolução
sobre reforma política que a
Executiva do PT pretende
aprovar após discussões com
a bancada na quinta está
pronta desde antes do feriado
e segue a linha do texto divulgado pelo Diretório Nacional
em 20 de abril, com a defesa
do voto em lista fechada.
Tiro no pé. Na primeira
reunião com a Executiva, ontem, o deputado Antonio Palocci (SP) alegou que o problema não está no voto em lista,
mas no estrago interno sempre que for preciso decidir
quem estará no topo dela.
Concorrência. Um dos
fundadores da CUT, Lula confirmou presença no lançamento oficial da UGT, nova
central sindical nascida da
união de uma dissidência da
Força com outras entidades.
O evento será em 19 de julho.
Azedou. O deputado Ciro
Gomes e a senadora Patrícia
Saboya, ambos do PSB, tomaram partido de Tasso Jereissati na disputa com Luizianne
Lins por causa do centro empresarial que o senador tucano quer construir em Fortaleza, administrada pela petista.
A prefeita espera apoio da dupla do PSB para se reeleger.
Tiroteio
"O Código Penal não tipifica crimes
pelo nível de preparo do acusado".
Do deputado RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP) sobre o fato de Nelson Afonso, advogado do irmão mais velho de Lula, Vavá, dizer que seu cliente não tinha preparo intelectual suficiente para traficar influência no Executivo e explorar o prestígio no Judiciário, crimes dos quais é suspeito.
Contraponto
Outra operação
Em 1992, durante evento em Diadema, o então assessor
de imprensa da administração municipal, Julio de Grammont, conversava com um dos seguranças do prefeito José Augusto, à época no PTe hoje deputado estadual pelo
PSDB. O assunto eram trabalhos anteriores do jornalista.
-Já trabalhei na Bandeirantes-, disse ele.
-Eu também!-, respondeu, todo animado, o segurança.
-Não me lembro de você por lá...
-Mas eu trabalhei na operação, sim.
Só aí Grammont percebeu: seu interlocutor não se referia à emissora de TV, mas sim à Operação Bandeirantes,
criada para reprimir adversários do regime militar.
Próximo Texto: Frei Chico, irmão de Lula, diz que advertiu Vavá em ligação Índice
|