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DITADURA
Punir militares por tortura é "revanchismo", afirma Jobim
DA REDAÇÃO
A ideia de punir militares
por atos de tortura cometidos durante a ditadura militar é "revanchismo", afirmou
ontem o ministro da Defesa,
Nelson Jobim.
Embora tenha organizado
um grupo de trabalho para
procurar e identificar corpos
de militares e guerrilheiros
mortos na Guerrilha do Araguaia (1972-1975), ele diz que
a busca visa contemplar o direito à memória. "Uma coisa
é o direito à memória, outra é
revanchismo e, para o revanchismo, não contem comigo", disse, em entrevista à
Agência Brasil.
A proposta de suspender a
anistia aos militares que torturaram foi apresentada em
ação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao Supremo Tribunal Federal em outubro de 2008. A ação questiona prescrição e responsabilização de crimes de tortura praticados na ditadura.
Para defensores dos direitos humanos, a Lei da Anistia
não deve absolver militares
que torturaram. Para Jobim,
se o STF for favorável à ação,
estará cometendo equívoco.
"Dizem que os tratados internacionais consideram alguns crimes imprescritíveis.
Mas, no Brasil, não é assim.
Os tratados internacionais
aqui não valem mais que a
Constituição", afirmou.
Em nota, o presidente da
OAB, Cezar Britto, diz que a
punição a militares que cometeram tortura é "clamor"
da sociedade. "Não há dúvida
de que a Lei da Anistia cumpriu seu papel. (...) Isso, porém, não impede que a história seja passada a limpo. Não
se trata de revanchismo."
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