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Ciro cogita concorrer em SP, e aliados aceleram negociação
PSB já encomendou nova pesquisa para testar candidatura ao governo do Estado
"Gente que eu respeito" pediu para analisar essa possibilidade, diz deputado do Ceará; assessor próximo a Lula é "simpático" à ideia
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto o deputado federal
Ciro Gomes (PSB-CE) estuda a
possibilidade de concorrer ao
governo de São Paulo, seu partido e importantes aliados intensificaram nos últimos dias a
aposta em sua candidatura.
O PSB já decidiu encomendar uma nova pesquisa, que deve ficar pronta na metade da semana que vem, para saber mais
precisamente qual o potencial
eleitoral de Ciro em São Paulo.
Um primeiro levantamento
apontou o deputado com 18%,
índice bem superior ao de outros possíveis candidatos da base aliada do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Ciro afirma que ainda se prepara para ser candidato à Presidência, seu projeto original,
mas que admitiu "pensar" sobre a candidatura em São Paulo. O deputado disse que é "homem de partido", o que foi interpretado como uma "brecha"
por entusiastas de sua candidatura em São Paulo.
"Um punhado de gente que
eu respeito começou a apelar
para que eu examine o assunto", disse Ciro.
Entre essas pessoas, estão os
deputados federais Márcio
França (PSB-SP), Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Aldo Rebello (PC do B-SP) e Cândido
Vaccarezza (PT-SP). "A hipótese Ciro não pode ser descartada. Eu pessoalmente sou simpático a ela", disse o chefe de
gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, em encontro petista em
São Paulo na semana passada.
A Justiça Eleitoral brasileira
tem uma interpretação bastante frouxa do domicílio eleitoral,
logo, a transferência de Ciro para São Paulo não deve ser problema. Ele pode transferir seu
domicílio eleitoral até um ano
antes do pleito, agendado para
outubro do ano que vem.
A candidatura de Ciro se encaixa dentro da estratégia nacional da base aliada de Lula.
Daria um palanque forte em
São Paulo à provável candidata
do PT à Presidência, Dilma
Rousseff, e causaria uma preocupação real no governador de
São Paulo, José Serra (PSDB).
No início da semana, Serra já
deixou claro ao PSB (seu aliado
no Estado), com palavras ríspidas, que não se conforma com a
possibilidade da candidatura.
Ciro é antigo desafeto de Serra, desde os tempos em que estava no PSDB, e seu palanque
em São Paulo certamente seria
uma plataforma de ataques ao
tucano. Tanto que ontem ele
aproveitou para ironizar a discussão de Serra com o PSB: "Isso mostra que não sou o único
político que fica com raiva às
vezes ou que solta palavrão".
Na mais recente pesquisa
Datafolha, do final do mês passado, Ciro aparece com 15% das
intenções de voto à Presidência, empatado tecnicamente
em segundo lugar com Dilma.
Seu índice, no entanto, se manteve estagnado nos últimos levantamentos, enquanto a ministra de Lula tem subido a cada nova rodada.
Em São Paulo, Ciro tem 13%
dos votos à Presidência, contra
50% do líder Serra, que tem
38% na média nacional.
Colaboraram CÁTIA SEABRA e JOSÉ ALBERTO
BOMBIG, da Reportagem Local
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