São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997.



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OLHO NO CONGRESSO
Deputados receberam R$ 6.300 de salário extra, mas pela 3ª vez em 15 dias Casa não trabalha
Falta de quórum adia sessão da Câmara

da Sucursal de Brasília

Apesar de os 513 deputados já terem recebido um salário extra de R$ 6.300 líquidos pela convocação extraordinária, a maioria não compareceu à Câmara ontem.
Somente 26 estavam na Casa às 9h30 e mais uma vez não houve sessão por falta de quórum.
Nos últimos 15 dias, essa foi a terceira vez que não houve sessão da Câmara por falta de deputados. São necessários 51 para abertura da sessão.
Além de ontem, também não houve sessão na última segunda-feira e na sexta-feira da semana passada.
"Isso é muito ruim para a imagem da Casa", afirmou o deputado Paulo Paim (PT-RS), terceiro secretário da Câmara.
Para ele, a ausência de deputados em Brasília representa uma "falha" da base governista. As sessões são necessárias para a contagem de prazo para votação das reformas.
"A sessão era necessária para contar prazo para o segundo turno da reforma administrativa. O problema é do governo. Para nós, quanto mais próximo das eleições for a votação, melhor", disse.
"O segundo turno da administrativa poderá ficar para a última semana da convocação. Se não der, votamos em agosto", afirmou o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA).
Na semana passada, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), disse que poderia convocar sessões às sextas-feiras para votar as propostas incluídas na pauta da convocação extraordinária.
Anteontem, quando estava sendo discutida a emenda do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal), Temer liberou os deputados da sessão de ontem.
Temer afirmou que não haveria votação. Até ontem, estava confirmada sessão deliberativa para terça-feira, quando o FEF deverá ser votado.
Descontos
As sessões de sextas e segundas-feiras não contam para desconto salarial dos faltosos, porque não há votação. Nem para efeito de cassação de mandato por excesso de faltas.
O artigo 55 da Constituição prevê que os parlamentares perderão o mandato se faltarem a um terço das sessões ordinárias de cada período legislativo.
Como não há registro de presença no painel eletrônico, os deputados que não comparecem às sessões de segunda e sexta têm as faltas abonadas, mesmo que não tenham trabalhado terça, quarta e quinta.
"Isso tem que mudar. Podemos até abonar as faltas, mas somente daqueles que estiverem aqui nos outros dias", disse Paim. O deputado apresentou um projeto de resolução com esse teor à Mesa da Câmara.



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