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São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

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PAINEL

Cheque em branco
A cúpula do PT apresentará hoje no Diretório Nacional documento pelo qual proibirá parlamentares de alegar "graves objeções de natureza ética, filosófica, religiosa ou de foro íntimo" para votar contra as reformas. Detalhe: o texto não especifica o teor do que deve ser aprovado.

Ah, bom...
Apesar de não deixar claro o teor exato das reformas que os parlamentares petistas terão de aprovar no Congresso, a cúpula do PT expõe no texto a ser apresentado hoje ao Diretório Nacional a seguinte justificativa para a decisão: trata-se de uma questão "política" e "técnica".

Dicotomia petista
As principais correntes da esquerda do PT divulgarão hoje balanço sobre os seis meses do governo, com prós e contras. As principais críticas irão para a política econômica, a "satanização da esquerda", a reforma da Previdência e a base integrada por "partidos fisiológicos".

Honra ao mérito
Os elogios da esquerda ao governo serão mais modestos. Merecerão aplausos a política externa, o diálogo com o MST, a ampliação do crédito agrícola e, apesar de tudo, o Fome Zero.

Megafone nordestino
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) defenderá na segunda, em reunião de governadores do NE, que subam o tom em relação ao Planalto para defender os termos do acordo feito com Lula para a reforma da Previdência.

Termômetro
João Paulo (Câmara) ficou de falar com Geraldo Alckmin (SP), Aécio Neves (MG), Rosinha Matheus (RJ), Eduardo Braga (AM) e Germano Rigotto (RS). Para sentir, após as mudanças na reforma da Previdência, o humor dos governadores.

Sem discurso
Os pronunciamentos em cadeia nacional de Berzoini e Palocci Filho, que deveriam ter ido ao ar durante a semana, foram adiados em razão das mudanças. Os ministros só irão à TV após Lula firmar um novo acordo com os governadores.

Caixa-forte
O Banco do Brasil lançou um edital para contratar três agências de publicidade, que dividirão a bolada de R$ 142 milhões.

Silêncio oficial
De Lula, sobre as críticas de FHC publicadas no jornal argentino "La Nación": "Não comento crítica de ex-presidente". Resta saber se FHC falou como ex-presidente ou como futuro adversário de campanha.

Acabou a paixão
A cúpula do PTB está profundamente incomodada com Lula. José Carlos Martinez e Roberto Jefferson dizem que o partido apoiará as reformas no Congresso, mas que desistiu de fazer uma ampla aliança com o PT nas eleições municipais de 2004.

O que é isso, companheiro?
Martinez e Jefferson dizem que Lula tem vergonha de os ter na base ("nunca nos chamou para um café") e que os trata como mercenários ("acha que cargo é remuneração e não divisão de tarefa"). Citam discurso no qual Lula teria dito que, no início, desconfiava do ministro Mares Guia por ser do PTB.

Na Justiça
Ex-presidente do TRT-SP, Floriano Vaz da Silva entrou com ação de indenização por danos morais na Justiça de SP contra o sindicalista Ebenezer Carvalho de Oliveira. À polícia, ele acusara o juiz de viajar com sua mulher para Portugal às custas do sindicato dos motoristas.

Acusação negada
Vaz da Silva ficou conhecido por auxiliar na investigação que levou à prisão de Nicolau dos Santos Neto no escândalo do fórum trabalhista. Na ação, o juiz afirma que a acusação é "mentirosa" e que "jamais viajou à Europa no período em que exerceu a presidência do TRT-SP".

TIROTEIO

Do governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), sobre a mudança na proposta de reforma da Previdência de Lula:
-O governo deu um passo adiante sem consultar os Estados. Agora, terá de arcar sozinho com o ônus da proposta.

CONTRAPONTO

Desculpa de prefeito

Prudente Cândido da Silva Filho foi prefeito de São Joaquim, em Santa Catarina, nos anos 80.
Conhecido como "Tio Pruda", Silva Filho era muito popular entre os moradores e tinha o hábito de caminhar entre sua casa e a prefeitura da cidade, considerada uma das mais frias do Brasil, onde, por vezes, neva.
Certo dia, Tio Pruda ia para a prefeitura quando foi abordado por um morador. Humilde, enrolado em um cobertor, o homem pediu ao prefeito:
-Tio Pruda, minha mulher vai ganhar filho amanhã e estou desprevenido. Não tenho nenhum centavo. O senhor não pode me dar algum dinheiro?
Sem perder o humor, o prefeito dispensou o pedido:
-Se o senhor sabia havia nove meses que sua mulher iria ter um filho e, ainda assim, está desprevenido, imagine eu que soube só agora... Não tenho dinheiro, não, meu senhor.


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