São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2005

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CONEXÕES

Deputada goiana é acusada de caixa dois

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA

O ex-coordenador de Transportes da Comurg (Companhia de Urbanização de Goiânia) Marco Túlio Lemes disse ontem que a deputada Neyde Aparecida da Silva (PT-GO), ligada ao tesoureiro licenciado do PT Delúbio Soares, usou caixa dois em sua campanha eleitoral. A deputada foi presidente da Comurg de 2001 a 2002.
Marco Túlio deporá hoje no Ministério Público Estadual em Goiânia. Ele afirmou que Wendell Resende de Oliveira, ex-motorista da deputada, estará presente.
Oliveira afirma que em 2004 buscou em São Paulo uma mala com US$ 200 mil, supostamente enviada por Delúbio a candidatos do PT em Goiás. Segundo ele, US$ 50 mil foram para a campanha do irmão da deputada e prefeito de Quirinópolis, Gilmar Alves (PMDB). Procurado ontem pela reportagem, Alves não telefonou de volta. Ele declarou à Justiça Eleitoral ter gasto R$ 18 mil.
Nas eleições de 2002, segundo Marco Túlio, empresas contratadas pela Comurg fizeram doações para um suposto caixa dois.
No TSE (Tribunal Superior Eleitoral) consta que a deputada arrecadou R$ 224.375. Entre as doações há um cheque de R$ 1.500 do ex-motorista.
A deputada diz estar sendo usada como instrumento para ataques a Delúbio. Segundo ela, Marco Túlio atuou como "agente de Wendell [o ex-motorista]" pedindo R$ 60 mil a "veículos de comunicação para fazer a denúncia". A deputada conta que o ex-motorista fez saque indevido de R$ 400 em sua conta bancária, no início do ano, e abandonou o emprego.
O diretório nacional do PT nega que Delúbio tenha feito o envio.
O deputado estadual Nilo Resende (PFL) apresentou requerimento propondo a criação de uma CPI na Assembléia Legislativa de Goiás para investigar a suposta distribuição de dinheiro. A Assembléia entrou em recesso ontem, e a comissão só poderá ser votada e instalada em agosto. (HUDSON CORRÊA E ADRIANA CHAVES)


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