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CONEXÕES
Deputada goiana é acusada de caixa dois
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
O ex-coordenador de Transportes da Comurg (Companhia
de Urbanização de Goiânia) Marco Túlio Lemes disse ontem que a
deputada Neyde Aparecida da Silva (PT-GO), ligada ao tesoureiro
licenciado do PT Delúbio Soares,
usou caixa dois em sua campanha
eleitoral. A deputada foi presidente da Comurg de 2001 a 2002.
Marco Túlio deporá hoje no Ministério Público Estadual em
Goiânia. Ele afirmou que Wendell
Resende de Oliveira, ex-motorista
da deputada, estará presente.
Oliveira afirma que em 2004
buscou em São Paulo uma mala
com US$ 200 mil, supostamente
enviada por Delúbio a candidatos
do PT em Goiás. Segundo ele, US$
50 mil foram para a campanha do
irmão da deputada e prefeito de
Quirinópolis, Gilmar Alves
(PMDB). Procurado ontem pela
reportagem, Alves não telefonou
de volta. Ele declarou à Justiça
Eleitoral ter gasto R$ 18 mil.
Nas eleições de 2002, segundo
Marco Túlio, empresas contratadas pela Comurg fizeram doações
para um suposto caixa dois.
No TSE (Tribunal Superior Eleitoral) consta que a deputada arrecadou R$ 224.375. Entre as doações há um cheque de R$ 1.500 do
ex-motorista.
A deputada diz estar sendo usada como instrumento para ataques a Delúbio. Segundo ela, Marco Túlio atuou como "agente de
Wendell [o ex-motorista]" pedindo R$ 60 mil a "veículos de comunicação para fazer a denúncia". A
deputada conta que o ex-motorista fez saque indevido de R$ 400
em sua conta bancária, no início
do ano, e abandonou o emprego.
O diretório nacional do PT nega
que Delúbio tenha feito o envio.
O deputado estadual Nilo Resende (PFL) apresentou requerimento propondo a criação de
uma CPI na Assembléia Legislativa de Goiás para investigar a suposta distribuição de dinheiro. A
Assembléia entrou em recesso
ontem, e a comissão só poderá ser
votada e instalada em agosto.
(HUDSON CORRÊA E ADRIANA CHAVES)
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