São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2005

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Gamecorp também foi alvo da Brasil Telecom

GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA

A Brasil Telecom disputou com a Telemar a compra da participação da Gamecorp, a produtora que tem como um de seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, 28, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No final, prevaleceu a proposta da Telemar, que investiu R$ 5 milhões na empresa.
A Folha teve acesso à carta enviada pela Brasil Telecom, empresa de telefonia controlada pelo Opportunity, de Daniel Dantas, à Espaço Digital e G4 Entretenimento Ltda, de 18 de agosto de 2004, com a proposta de compra de 25,86% do capital total da G4 por R$ 6,5 milhões. "A Brasil Telecom confirma a proposta, mas diz que foi uma proposta sem a obrigação de compra", diz César Borges, assessor da Brasil Telecom.
O valor seria dividido da seguinte forma: aporte de R$ 4 milhões, como aumento de capital; honorários de exclusividade de R$ 500 mil; aquisição de cotas existentes por R$ 1,5 milhão e R$ 500 mil pela opção de compra do capital restante da empresa.
A proposta da Telemar foi considerada superior, apesar de ter oferecido um valor menor do que a Brasil Telecom. A Telemar pagou R$ 2,5 milhões pela compra de 35% das ações da Gamecorp e mais R$ 2,5 milhões pela exclusividade sobre o conteúdo produzido.
Dois fatos chamam a atenção na proposta da Brasil Telecom. O primeiro de que a BrT encaminhou a carta aos cuidados dos quatro sócios da Gamecorp (na época, G4), que são Leonardo Eid, Kalil Bittar, Fábio Luís Lula da Silva e Fernando Bittar.
O outro fato é que a BrT já mantinha negócios com a empresa. Num dos trechos, está escrito: "A parceria com o Espaço Digital e G4 Entretenimento Ltda desde sua criação tem sido frutífera para ambos os grupos, permitindo aplicar o moderno conceito de "crossmedia" e fazendo com que assinantes de TV, internet e do universo de games em geral fiquem na vanguarda mundial".
A carta é assinada por Yon Moreira da Silva Júnior, vice-presidente de negócios estratégicos da BrT, que fica baseado em São Paulo e atualmente está em férias.
O documento também foi enviado para Christopher Street, da Trevisan Associados, que intermediava o negócio pela G4. A Trevisan tem como principal sócio Antoninho Marmo Trevisan, amigo do presidente Lula. Procurada, a assessoria da Gamecorp informou que os sócios não iriam se pronunciar sobre a venda da participação da empresa.


Colaborou Conrado Corsalette, da Reportagem Local


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