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Gamecorp também foi
alvo da Brasil Telecom
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
A Brasil Telecom disputou com
a Telemar a compra da participação da Gamecorp, a produtora
que tem como um de seus sócios
Fábio Luís Lula da Silva, 28, filho
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. No final, prevaleceu a proposta da Telemar, que investiu R$
5 milhões na empresa.
A Folha teve acesso à carta enviada pela Brasil Telecom, empresa de telefonia controlada pelo
Opportunity, de Daniel Dantas, à
Espaço Digital e G4 Entretenimento Ltda, de 18 de agosto de
2004, com a proposta de compra
de 25,86% do capital total da G4
por R$ 6,5 milhões. "A Brasil Telecom confirma a proposta, mas diz
que foi uma proposta sem a obrigação de compra", diz César Borges, assessor da Brasil Telecom.
O valor seria dividido da seguinte forma: aporte de R$ 4 milhões,
como aumento de capital; honorários de exclusividade de R$ 500
mil; aquisição de cotas existentes
por R$ 1,5 milhão e R$ 500 mil pela opção de compra do capital restante da empresa.
A proposta da Telemar foi considerada superior, apesar de ter
oferecido um valor menor do que
a Brasil Telecom. A Telemar pagou R$ 2,5 milhões pela compra
de 35% das ações da Gamecorp e
mais R$ 2,5 milhões pela exclusividade sobre o conteúdo produzido.
Dois fatos chamam a atenção na
proposta da Brasil Telecom. O
primeiro de que a BrT encaminhou a carta aos cuidados dos
quatro sócios da Gamecorp (na
época, G4), que são Leonardo Eid,
Kalil Bittar, Fábio Luís Lula da Silva e Fernando Bittar.
O outro fato é que a BrT já mantinha negócios com a empresa.
Num dos trechos, está escrito: "A
parceria com o Espaço Digital e
G4 Entretenimento Ltda desde
sua criação tem sido frutífera para
ambos os grupos, permitindo
aplicar o moderno conceito de
"crossmedia" e fazendo com que
assinantes de TV, internet e do
universo de games em geral fiquem na vanguarda mundial".
A carta é assinada por Yon Moreira da Silva Júnior, vice-presidente de negócios estratégicos da
BrT, que fica baseado em São
Paulo e atualmente está em férias.
O documento também foi enviado para Christopher Street, da
Trevisan Associados, que intermediava o negócio pela G4. A
Trevisan tem como principal sócio Antoninho Marmo Trevisan,
amigo do presidente Lula. Procurada, a assessoria da Gamecorp
informou que os sócios não iriam
se pronunciar sobre a venda da
participação da empresa.
Colaborou Conrado Corsalette, da Reportagem Local
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