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Tucano critica veto de Lula a reajuste de aposentados, mas não explica o que faria
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, criticou ontem o veto do governo ao
reajuste de 16,67% a aposentados que ganham mais de um salário mínimo, mas não explicou
o que faria se estivesse no lugar
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
"Lamento muito o veto, e é
difícil dizer qual a medida que
tomaria. Eu procuraria ter trabalhado para criar condições
para melhorar a situação dos
aposentados."
O governo concedeu reajuste
de 16,67% para os aposentados
que ganham até um salário mínimo e de 5% para os demais,
mas os partidos que apóiam a
candidatura Alckmin no Congresso votaram a extensão do
percentual maior para todas as
faixas de renda. Lula vetou o
reajuste maior com o argumento de que é preciso preservar o
equilíbrio das contas públicas.
Alckmin esteve ontem em
Bruxelas, em visita ao presidente da Comissão Européia,
José Manuel Durão Barroso.
No dia em que o presidente
do PMDB, Michel Temer, declarou apoio à sua candidatura,
o tucano atacou o governo pelo
modo com que investe sobre os
peemedebistas.
"Acho que vamos ter a maioria dos eleitores do PMDB.
Agora, não posso disputar com
cargos, e nem faria isso se fosse
presidente. O que o governo
tem feito é algo totalmente
atrasado, é loteamento de cargo
público sem critério adequado,
reincidente no caso dos Correios", declarou.
O PSDB sempre almejou ter
em sua campanha a ala não-governista do PMDB, mas, nos últimos dias, assistiu à expansão
do apoio peemedebista à reeleição do presidente. O movimento foi paralelo à decisão de Lula
de dar o controle dos Correios
ao PMDB.
Segundo Alckmin, o fato de
as nomeações envolverem um
órgão estatal atingido há pouco
por um esquema de corrupção
"mostra que o governo não
aprendeu com a crise".
Indagado se acreditava de fato haver um eleitor fiel do
PMDB, evocou seu passado no
MDB, a sigla que originou a
atual legenda. "Ainda há um
eleitor peemedebista, eu diria
até emedebista, do "manda-brasa"."
O candidato listou os ex-governadores peemedebistas que
o apóiam como um trunfo no
partido. "As lideranças mais expressivas do PMDB estão conosco, como Jarbas Vasconcelos [PE], Joaquim Roriz [DF],
Luiz Henrique [SC]. E isso vai
crescer todo dia."
O presidente do PSDB, Tasso
Jereissati, que acompanhou
Alckmin em Bruxelas, disse
que espera para breve o apoio
do ex-presidente Itamar Franco, que deixou o PMDB. Também presente, o presidente do
PPS, Roberto Freire, tratou de
desqualificar a parcela do
PMDB que está com Lula. "É o
PMDB adesista, é Ney Sanguessuga", disse, em referência
ao senador Ney Suassuna (PB),
líder do partido no Senado.
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