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403 "chefes" do Senado têm extra de R$ 1.615
110 são os únicos funcionários lotados nas suas chefias; alguns cuidam de terceirizados
Servidores que recebem gratificação são responsáveis por elevadores, telefonia celular, assistência elétrica, vistos e entrega de pacotes
Joedson Alves/Folha Imagem
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O novo diretor-geral do Senado, Haroldo Feitosa Tajra, o segundo a assumir o cargo neste ano depois da queda de Agaciel Maia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As então 181 diretorias no Senado causaram espanto há quatro meses, mas passou despercebida a existência dos 403
"chefes de serviço", recebendo
gratificações especiais de
R$ 1.615 para cuidar de elevadores, telefonia celular, assistência elétrica, concessão de
vistos e passaportes e entrega
de pacotes, entre outros.
Destes, 110 (27%) são os únicos funcionários lotados nas
suas próprias chefias. A Folha
identificou dois casos de "chefes de si mesmo", que não têm a
quem comandar. Outros são
responsáveis por chefiar funcionários terceirizados.
O setor de entregas é ocupado só pelo chefe, responsável
por uma espécie de serviço de
delivery personalizado. De carro, Luiz Gilson Santos Lima leva documentos e pacotes do
Senado a ministérios, autarquias e órgãos do Judiciário.
A reportagem não localizou
Lima, que está de licença médica. Segundo informações de
um colega, ele tem que ir pessoalmente porque também é o
responsável por protocolar os
documentos, coisa que um motoboy não poderia fazer.
Ex-diretor da gráfica do Senado, Mário César Pinheiro
Maia chefia o "serviço de controle e permissões de utilização
de espaço". Trabalha com apenas uma secretária -que não
aparece no site do Senado como subordinada dele.
"O serviço é fundamental.
Cuidamos dos espaços físicos
do Senado que são utilizados
por órgãos de fora da Casa, como assessorias parlamentares
de ministérios. Mas o trabalho
não é de grande monta. Uma
pessoa com uma secretária é
suficiente", afirma.
Numa garagem perto do prédio principal do Senado, funciona o "serviço de manutenção de veículos", que faz reparos na frota da Casa -204 veículos, entre carros para uso dos
senadores e veículos de transporte de material. O chefe também é a única pessoa lotada em
sua seção. Trabalha com oito
mecânicos terceirizados na oficina do Senado.
A situação se repete em várias áreas. Só a biblioteca do Senado tem três chefes de serviços solitários: um responsável
por "empréstimo e devolução
de materiais bibliográficos",
outro para "recuperação de informações bibliográficas" e um
terceiro de "biblioteca digital".
Segundo a assessoria do Senado, os chefes de serviço recebem a gratificação de R$
1.651,21 independentemente
do salário que recebem. Isso
não se aplica a alguns servidores cujos cargos já têm a gratificação incorporada ao salário,
como os analistas da área de
comunicação e de informática.
(FÁBIO ZANINI E ALAN GRIPP)
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