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Presidenciável do PSDB prometeu tratamento rigoroso aos crimes hediondos em eventual governo tucano
CAMPANHA
Serra culpa autoridades por impunidade
ALEXANDRE PECONICK
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Em encontro com entidades representantes de vítimas da violência, no Rio de Janeiro, o candidato
do PSDB à Presidência, José Serra,
culpou o poder público pela impunidade de crimes no país.
Ele disse que os familiares de
desaparecidos são vitimas do descaso, boa parte das vezes, do poder público. ""São vitimas da impunidade e do fato de que a Justiça no Brasil, com muita frequencia, não é para todos", afirmou,
sem especificar que órgãos públicos criticava.
Participavam do grupo representantes de seis ONGs (Organizações Não-Governamentais) e a
novelista da Globo Glória Perez,
cuja filha, Daniela, morreu assassinada em dezembro de 1992 e
completaria 32 anos ontem.
Durante o encontro, Serra, que
estava acompanhado da vice, Rita
Camata, prometeu o fim da impunidade aos criminosos e tratamento rigoroso aos crimes hediondos. Prometeu também
construir presídios de segurança
máxima fora das áreas urbanas e
que ""ninguém vai comandar o
crime de dentro dos presídios".
O encontro durou três horas e
foi realizado no Hotel Guanabara,
no centro do Rio. No final, Serra
disse que o contato com as famílias de desaparecidos o fez concluir que são fundamentais a investigação e o exame de DNA em
todos os restos de corpos encontrados e que considera inadmissível que criminosos tenham regalias. ""Temos que colocá-los [os
criminosos" para trabalhar em
prisões fora das cidades", disse.
Voto
Estiveram presentes ao encontro as entidades Mães de Acari,
Associação dos Desaparecidos da
Cinelândia, Associação das Vítimas de Vigário Geral, Irmãs do
Vágner da Candelária, Associação da Vítimas do Palace II e o
Centro Brasileiro de Defesa da
Criança e do Adolescente.
Glória Perez fez uma declaração
indireta de voto em Serra. ""Se votar na mudança do Código Penal
for votar em José Serra, então em
voto nele", afirmou, depois de ouvi-lo condenar o abrandamento
de penas do qual se beneficiou o
assassino confesso de Daniela Perez, Guilherme de Pádua .
O candidato tucano criticou o
fato de Pádua ""estar solto e com
ficha limpa" decorridos menos de
dez do crime e lembrou que Elias
Maluco, suspeito do assassinato
do jornalista Tim Lopes, já havia
sido preso e solto por "bom comportamento".
O presidenciável apresentou
seu programa para combate ao
crime organizado, que, entre outros pontos, prevê a criação de um
Ministério da Segurança Pública e
a atuação conjunta dos governos
estaduais e federal.
Também esteve presente ao encontro a atriz Paula Lavigne, mulher do cantor e compositor Caetano Veloso, que sempre acompanha a novelista Glória Perez nas
manifestações.
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