São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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LIGAÇÃO

Presidente inaugura ponte no Acre e lembra de condenação por falar de animal

Onça ainda vai beber água, diz Lula

JULIA DUAILIBI
ENVIADA ESPECIAL A COBIJA

Na inauguração da ponte que liga Brasiléia, no Acre, à cidade boliviana de Cobija, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso, no qual lembrou de sua visita ao município, em 1980, quando foi processado por ter dito que "a onça vai beber água". "E ainda hoje eu acho que a onça tem de beber água, senão ela morre."
Ao defender que o Brasil seja mais "companheiro" e "generoso" em seu papel de líder da América do Sul Lula, disse ontem, na fronteira do Brasil com a Bolívia, que quer terminar a sua vida vendo a região transformada em uma nação sul-americana, "por onde o povo possa transitar livremente".
A ponte, construída com dinheiro do governo brasileiro, custou R$ 7,3 milhões. Tem cerca de 150 metros de comprimento e servirá mais para o trânsito de pessoas e para o turismo, segundo autoridades locais, que para o tráfego de veículos, já que tem apenas uma faixa de rolamento.
A ponte inaugurada pelo presidente recebeu o nome de Wilson Pinheiro -homenagem ao sindicalista morto em 1980, em Brasiléia. Lula contou sobre quando foi ao enterro do colega. "Eu não lembro o que disse. Só lembro que disse estar cansado de fazer discurso na beira de caixão de companheiro. Lembro que utilizei uma frase muito usual aqui no Brasil, que queria dizer que estava na hora de a onça beber água."
Depois, foi processado porque um delegado tinha entendido que a frase era uma senha para os trabalhadores vingarem a morte. Lula foi condenado a três anos e meio de prisão, mas não cumpriu por ser réu primário.


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