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Okamotto não comenta nova versão de Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Há mais de um ano sem conseguir provar saques de dinheiro destinados a pagar dívida do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva com o PT, o presidente do
Sebrae, Paulo Okamotto, não
quis comentar ontem a nova
versão apresentada por Lula
para o episódio.
Em entrevista ao "Jornal Nacional" anteontem, Lula narrou uma suposta conversa entre ele e Okamotto antes do pagamento: "Quer pagar, você paga, porque eu não vou pagar,
porque não devo ao PT".
Há um ano, Okamotto se responsabilizou pelo pagamento
da dívida de R$ 29,4 mil de Lula
com o PT, registrada na prestação de contas do partido. A CPI
dos Correios investigava se o
pagamento teria sido feito com
dinheiro do caixa dois do PT,
administrado pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e
pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Havia duas semanas que o
Palácio do Planalto insistia em
que Lula desconhecia a dívida
quando o presidente do Sebrae
assumiu a responsabilidade pelo pagamento.
Em entrevista à Folha em 9
de agosto de 2005, Okamotto
contou que não falara com Lula
sobre a dívida. "Não comentei
nada com ele. Primeiro, você
imagina, em 2003, o seguinte
cenário: você assumindo o governo, eu via pouco o presidente, não ia ficar enchendo o saco
dele com uma coisa como essa", relatou ele, que fora procurador de Lula na rescisão do
contrato de trabalho com o PT.
A versão é diferente da apresentada anteontem por Lula.
Questionado sobre a divergência, Okamotto não quis falar.
"Ele não vai comentar, ele já falou exaustivamente sobre o assunto", disse sua assessoria.
Até o encerramento dos trabalhos da CPI dos Bingos, Okamotto se recusou a explicar como providenciou o dinheiro
destinado a quitar a dívida.
Mais de uma vez, ele recorreu
ao Supremo Tribunal Federal
para impedir a quebra de seu
sigilo bancário, determinada
pela comissão.
À Folha o presidente do Sebrae, que tem vencimentos
mensais de cerca de R$ 30 mil,
disse ter feito saques no valor
de R$ 45 mil entre setembro de
2003 e março de 2004 para pagar a dívida, embora a primeira
das quatro parcelas tenha sido
paga apenas em dezembro de
2003.
(MARTA SALOMON)
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