São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Freio de arrumação

Pouco antes de sair da reunião de coordenação política para, por orientação expressa de Lula, dar uma declaração para encerrar a polêmica criada por sua proposta de punir torturadores do regime militar, o titular da Justiça, Tarso Genro, fez um leve "mea culpa" diante do presidente e dos demais participantes do encontro no Planalto: disse que a audiência pública em que defendeu tal idéia não deveria ter sido realizada na sede do ministério, pois isso conferiu um caráter "de governo" às sugestões feitas por ele e pelo secretário de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi.
Lula deu o caso por encerrado. "Não vou pedir a nenhuma mãe que perdeu o filho que deixe de protestar", declarou, para em seguida reiterar que, apesar disso, essa "não é uma pauta do Executivo".



Despedida. Segundo Lula relatou aos presentes na reunião de coordenação ontem no Palácio do Planalto, Bush lhe disse em Pequim que pretende visitar o Brasil ainda uma vez antes do final de seu mandato, em dezembro.

Vai ficando. Um grão-petista explica seu ceticismo quanto às chances de Tarso Genro perder o Ministério da Justiça na esteira das confusões em que meteu o governo: "Lula só tirou Waldir Pires depois que o avião explodiu".

Máquina partida. Em reunião ontem, o subprefeito de Vila Prudente, Reinaldo Sacomã, pediu empenho dos subordinados na campanha reeleitoral de Gilberto Kassab (DEM) em São Paulo. E recomendou distância da de Geraldo Alckmin (PSDB).

Bicões. O DEM preparou uma festa de aniversário para Kassab, hoje, com bolo e bexigas no comitê de campanha. Num descuido, porém, a secretária responsável pela organização do parabéns ao prefeito disparou convites para vereadores de todos os partidos, inclusive os do PT.

Manifesto. Candidato a prefeito de São Paulo pelo PSOL, Ivan Valente receberá, em evento nesta quinta, o apoio de nomes como Fábio Konder Comparato, Plínio de Arruda Sampaio, Francisco de Oliveira e Maurício Segall.

Páreo. Sebastião Almeida (PT) lidera com 25,12% a disputa pela sucessão do correligionário Elói Pietá em Guarulhos. Em seguida vêm o ex-prefeito Jovino Candido (PV, 18,5%), Jorge Tadeu (DEM, 9%) e Carlos Roberto (PSDB, 3,8%). O levantamento, encomendado pelo PT-SP e registrado no TRE, foi feito pelo instituto Casa da Pesquisa.

Multifocal. Foi visto como recado duplo -ao PT nacional e ao PSDB paulista- o discurso de Aécio Neves durante caminhada com Ciro Gomes em Belo Horizonte. O tucano afirmou que a aliança com PT e PSB na cidade é resposta aos "míopes que querem interferir em Minas à distância".

Mergulho. Líder em BH, Jô Moraes (PC do B) diz como tentará reverter a preferência dos doadores por Márcio Lacerda (PSB), candidato de Aécio e do prefeito Fernando Pimentel: "Vou partir para campanha submarina com eles".

No muro. Em entrevista a uma rádio, Jaques Wagner (PT-BA) evitou se comprometer a ser mais ativo na claudicante campanha do petista Walter Pinheiro em Salvador. O governador disse que o sucesso depende mais da capacidade de convencer o eleitor que dos apoios recebidos.

Terceira pessoa. Depois de alguns dias em silêncio, o delegado afastado da Operação Satiagraha voltou a blogar: "O povo exige que Protógenes continue atuando".

E se... Garibaldi Alves (PMDB-RN) consultou a assessoria jurídica do Senado para saber se há brecha que lhe permita disputar novamente a presidência da Casa em 2009, já que substituiu Renan Calheiros (PMDB-AL) no meio do mandato. A resposta não foi animadora.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Tarso Genro almoçou num restaurante, foi para a calçada, ninguém o reconheceu. No dia seguinte, encontrou-se com Molon. Como era Dia dos Pais, o candidato deve ter sido cumprimentado por estar com o "pai" dele."

Do prefeito CESAR MAIA (DEM), sobre a incursão do ministro da Justiça no Rio para ajudar o candidato do PT na cidade, Alessandro Molon.

Contraponto

No rastro de Obama

O ministro do Esporte, Orlando Silva, conversava com um grupo de jornalistas em Pequim quando um dos presentes lhe perguntou, em tom de brincadeira, por que tanto empenho em levar os Jogos de 2016 para o Rio de Janeiro, já que ele não estará mais no cargo.
-Posso simplesmente assistir-, respondeu Silva.
A roda, porém, não se deu por satisfeita.
-O senhor pode também ser candidato a presidente-, sugeriu outro repórter ao jovem ministro.
Silva tratou de encerrar a conversa:
-Não tem nada disso. É o efeito Barack Obama: acham que, porque sou negro, serei candidato...


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