São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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PAINEL

O impensável 1
Somado a outros números em circulação na campanha paulistana, o novo Datafolha levou mais de um analista de pesquisas a ventilar hipótese antes considerada inexistente: a de vitória de José Serra no primeiro turno.

O impensável 2
Embora classificada como remota, a possibilidade de o tucano liquidar cedo a fatura é formulada com base em movimento detectado por diferentes levantamentos: a migração antecipada, para o colo de Serra, de eleitores de Paulo Maluf (PP) e Luiza Erundina (PSB).

Encruzilhada
Interrompida a queda de sua rejeição, Marta Suplicy precisa mais do que nunca ver Maluf e Erundina se darem bem no esforço para derrubar Serra. O PT pode ainda enveredar para a chamada "campanha negativa", sempre uma opção de alto risco.

Ao largo
Por ora, o monitoramento da campanha tucana indica que o eleitor não deu ouvidos à grita anti-Serra dos adversários. Enquanto for assim, o candidato também não dará. Barraco, somente longe do horário gratuito. E por meio de terceiros.

De camarote
Com a reeleição assegurada no Rio, Cesar Maia (PFL) analisa o arroubo da colega Marta, que previu crise caso Serra vença: "É crise mesmo, mas dentro do PT. A eventual derrota será cobrada pela "esquerda" do partido como mais um erro de cálculo dos "moderados". Daí o desespero".

Dia e hora 1
Basta conferir no calendário: a interrupção do "ciclo virtuoso" nos números de Marta coincide com a entrada triunfal do CEU Saúde no horário gratuito.

Dia e hora 2
Apesar disso, Duda Mendonça segue firme na defesa de sua criação. Parece disposto a dobrar a aposta no "Papai Noel". Quem conhece bem o marqueteiro explica: coisa de jogador.

Surto epidêmico
Marta não é a única cliente de Duda com problema a resolver no segundo turno: tecnicamente empatado com Beto Richa em Curitiba, o petista Ângelo Vanhoni perde para o tucano na simulação da etapa final.

Sopa de letras
Surgiu novo nome no laboratório em que se estuda como rebatizar o PFL em convenção no início de 2005: PLC (Partido da Liberdade e da Cidadania).

Tipo exportação
Ainda neste mês o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, espera instalar a Câmara Setorial da Cachaça. Tudo para promover as vendas ao exterior da legítima caninha brasileira.

Caju amigo
Em novo capítulo da ajuda ao Haiti, o governo brasileiro enviará ao país microusina da Embrapa para beneficiamento de castanha de caju. Cerca de 20% da renda de pequenos agricultores haitianos resulta da venda do produto a intermediários que o comercializam na capital.

Ligações perigosas 1
Ao receber denúncia contra Ali Mazloum, o TRF de São Paulo levou em conta que o advogado Paulo Esteves, patrono de um médico beneficiado por controvertida decisão do juiz federal, também defende Mazloum e seus irmãos em ações de indenização por dano moral.

Ligações perigosas 2
Advogado da ex-mulher do juiz Rocha Mattos, Esteves assumiu o caso do médico depois da decisão questionada. Além de amigo, é advogado do juiz Casem Mazloum, irmão de Ali, em ação contra o desembargador Fábio Prieto, do TRF-SP.

TIROTEIO

Do chefe da Casa Civil de Alckmin, Arnaldo Madeira, sobre a acusação, feita pelo deputado petista Cândido Vacarezza, de que o governo paulista privilegia prefeituras do PSDB:
-Discriminação política é uma prática do PT, não do PSDB. O deputado não tem a menor idéia do que está falando. E demonstra um nervosismo de quem está com a campanha de sua candidata em crise.

CONTRAPONTO

Tudo em família

Aos 74 anos, o pefelista Francisco Germano Filho é candidato à reeleição em Rodolfo Fernandes, município localizado a 390 quilômetros de Natal (RN).
Em sua décima campanha, o agricultor e fiscal de tributos aposentado "Chiquinho" Germano tem como único adversário o sobrinho Francisco Germano Silveira Neto, do PSB. Silveira, como é conhecido, já foi prefeito de Rodolfo Fernandes, cidade com 3,8 mil eleitores.
Antes do rompimento com o tio, Silveira e sua mulher ocuparam secretarias em administrações de "Chiquinho".
Provocado, o prefeito recusa-se a responder às acusações de irregularidades praticadas durante seus mandatos. E explica por que considera pouco provável sua derrota na eleição:
-Aqui, todos os prefeitos foram eleitos por mim. E, quando romperam comigo, eu tomei a prefeitura de volta.


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