São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2007

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Senado restringe o uso de celulares e proíbe laptops

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

A polêmica sessão secreta que decidirá o futuro do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ocorrerá sob forte esquema de proteção ao plenário, com a restrição do uso de celulares pelos senadores -eles poderão usar o telefone somente em "emergências"- e proibição de laptops ou outra forma de comunicação.
Para que os discursos feitos por Renan e pelos demais senadores não sejam ouvidos nas imediações do plenário, os microfones das tribunas serão desligados. Os telefones fixos do plenário foram retirados.
Na noite de ontem, a Polícia Legislativa começou uma varredura no plenário em busca de escutas, gravadores e grampos. Hoje, repetirá o procedimento horas antes do início da sessão. A varredura é feita com um detector de ondas magnéticas.
A segurança da Casa afirmou que fará controle rígido da presença de pessoal nos corredores da Casa. A visitação pública foi suspensa hoje na galeria e no plenário. O plenário ficará lacrado, com cordão de isolamento, das 7h às 11h, quando está previsto o início da sessão.
Pelo artigo 197 do Regimento Interno da Casa, somente terão acesso ao plenário os 81 senadores e a secretária-geral da Mesa Diretora, Cláudia Lyra. Diz o regimento: "Tornar-se-á em secreta a sessão, obrigatoriamente, quando o Senado tiver que se manifestar sobre perda de mandato".
Impedida de transmitir a sessão, a TV Senado terá de retirar as câmeras fixas do plenário. A TV informou que exibirá reportagens durante a sessão. A previsão é que ela dure mais de quatro horas. Somente o ritual de abertura será transmitido ao vivo. O vazamento de dados pode ser considerado "quebra do decoro parlamentar".
Em agosto, aumentaram as manifestações populares a favor da cassação de Renan. Segundo relatório da Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública, responsável pelo "0800 do Senado", foram contabilizadas 1.085 mensagens sobre "decoro e postura parlamentar". Desse total, 60% foram desfavoráveis ao peemedebista. Na noite de ontem, um grupo de manifestantes ligados ao PSOL realizou em frente ao Congresso uma vigília, com velas acesas, pela cassação do senador. (MARIA LUIZA RABELLO E RENATA GIRALDI)

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