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Senado restringe o uso de celulares e proíbe laptops
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
A polêmica sessão secreta
que decidirá o futuro do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ocorrerá sob forte esquema de proteção ao plenário,
com a restrição do uso de celulares pelos senadores -eles poderão usar o telefone somente
em "emergências"- e proibição de laptops ou outra forma
de comunicação.
Para que os discursos feitos
por Renan e pelos demais senadores não sejam ouvidos nas
imediações do plenário, os microfones das tribunas serão
desligados. Os telefones fixos
do plenário foram retirados.
Na noite de ontem, a Polícia
Legislativa começou uma varredura no plenário em busca de
escutas, gravadores e grampos.
Hoje, repetirá o procedimento
horas antes do início da sessão.
A varredura é feita com um detector de ondas magnéticas.
A segurança da Casa afirmou
que fará controle rígido da presença de pessoal nos corredores da Casa. A visitação pública
foi suspensa hoje na galeria e
no plenário. O plenário ficará
lacrado, com cordão de isolamento, das 7h às 11h, quando
está previsto o início da sessão.
Pelo artigo 197 do Regimento
Interno da Casa, somente terão
acesso ao plenário os 81 senadores e a secretária-geral da
Mesa Diretora, Cláudia Lyra.
Diz o regimento: "Tornar-se-á
em secreta a sessão, obrigatoriamente, quando o Senado tiver que se manifestar sobre
perda de mandato".
Impedida de transmitir a sessão, a TV Senado terá de retirar
as câmeras fixas do plenário. A
TV informou que exibirá reportagens durante a sessão. A previsão é que ela dure mais de
quatro horas. Somente o ritual
de abertura será transmitido ao
vivo. O vazamento de dados pode ser considerado "quebra do
decoro parlamentar".
Em agosto, aumentaram as
manifestações populares a favor da cassação de Renan. Segundo relatório da Secretaria
de Pesquisa e Opinião Pública,
responsável pelo "0800 do Senado", foram contabilizadas
1.085 mensagens sobre "decoro
e postura parlamentar". Desse
total, 60% foram desfavoráveis
ao peemedebista. Na noite de
ontem, um grupo de manifestantes ligados ao PSOL realizou
em frente ao Congresso uma vigília, com velas acesas, pela cassação do senador.
(MARIA LUIZA RABELLO E RENATA GIRALDI)
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